segunda-feira, setembro 03, 2007

LIGA PORTUGUESA


JOGO: NACIONAL 0-3 BENFICA

E TUDO CARDOZO LEVOU...



E vão duas vitórias consecutivas com Camacho ao leme. Os encarnados conquistaram ontem o primeiro triunfo para o campeonato ao golearem o Nacional por três golos sem resposta. Dois golos de Oscar Cardozo e (mais) um de Rui Costa deram cor a uma exibição marcada novamente pela entrega de todos os jogadores, sendo que, desta feita, com alguns pingos de bom futebol.
Se em Copenhaga, no primeiro remate à baliza, o Benfica fez golo, na Choupana foram precisos duas balas para termos um tiro certeiro. Em ambos os casos, o protagonista foi o avançado Oscar Cardozo. No primeiro caso, Diego Benaglio foi enorme e negou o golo ao paraguaio; numa segunda instância, o "Tacuara" isolou-se e, na "cara" do suiço, desta vez não falhou. Estava feito o primeiro do jogo, isto apesar do jogo estar totalmente equilibrado.
Depois desse importante momento do jogo, o Nacional, como boa equipa que é príncipalmente no seu reduto, foi para a frente e chegou mesmo a incomodar o guarda-redes Quim. Contudo, a resposta do internacional português foi sempre de uma enorme competência, o que desde logo implicou que o Benfica chegasse ao intervalo com a vantagem mínima no placar.
Na etapa complementar, a superioridade do Benfica foi evidente. Não estarei a fugir à verdade se disser que tivemos o melhor Benfica desta época. À garra, entrega e atitude que vislumbrámos nos dois primeiros jogos com Camacho, tivemos, desta feita, laivos de bom futebol, boas movimentações e, finalmente, muitas ocasiões de finalização. Foram três os golos marcados mas, efectivamente, poderiam ter sido muitos mais.
Antes de passar aos destaques individuais, gostaria de dizer que o resultado foi justo, a vitória fora foi importante mas, tal como havia referido no rescaldo desse Copenhaga - Benfica, há ainda muito trabalho a fazer. Os reforços começam a dar sinais de vida, já se vê trabalho ao nível das transições mas ainda há muitas arestas por limar. Naturalmente que são as vitórias que trazem melhorias para o futuro. Mais uma vez, o príncipal objectivo foi alcançado. No entanto, a exigência de Camacho em querer um Benfica com mais bola e mais dominador durante mais tempo faz sentido. É bom estar satisfeito com o trabalho realizado mas, ao mesmo tempo, com a sensação que há coisas a melhorar e situações a rever.


ÁS DE TRUNFO:


CARDOZO:
Dois golos são sempre dois golos. E, para ser sincero, o paraguaio já merecia o seu nome inscrito na lista de goleadores. Trabalha que se farta, luta, procura ajudar a equipa a defender sempre que há bolas paradas, remata sempre que tem espaço... não há dúvida que Cardozo é reforço e, pelas suas características, dá efectivamente outras soluções ao futebol do Benfica.
Na Choupana começou por falhar um golo praticamente feito. Ainda assim, revelando uma capacidade mental forte, não desistiu e batalhou sempre em busca do golo. Marcou dois (um de penalty) e, não só mas também por isso, foi, na minha opinião, o melhor jogador em campo.


OUTROS DESTAQUES:


DI MARIA:
Grande exibição de um jogador com uma enorme margem de progressão. Por vezes, dá a sensação que temos um sósia de Lionel Messi à solta por terras portuguesas. Quando estiver melhor fisicamente e mais entrosado com a equipa e também com o estilo de futebol que aqui é praticado, não tenho dúvidas que vai ser um dos jogadores mais influentes deste novo Benfica. Obviamente que sendo um jogador jovem e irreverente, por vezes faz com que o argentino exagere nas suas acções ofensivas mas, ao mesmo tempo, isso mostra a forma agressiva e desinibida com que este "ataca" os defesas contrários como se de um alvo a abater se tratasse. Temos jogador, disso não há a mais pequena dúvida.


MAXI PEREIRA:
Um autêntico "tractor" na Choupana. Chegar, treinar e jogar de ínicio com esta qualidade e determinação não é para todos. O uruguaio fez um jogo de grande qualidade. Capacidade física e inteligência na forma como simplifica as suas acções foram os aspectos que mais impressionaram neste jovem jogador. A exibição de hoje ajudou em parte a perceber o porquê do seleccionador uruguaio ter deixado no banco de suplentes (só) Carlos Diogo na Copa América.
Estreia promissora.


RUI COSTA:
Estaria a ser muito injusto com o "maestro" se não o colocasse neste grupo dos melhores jogadores do Benfica desta partida. Confesso que não esperava tanto de Rui Costa e explico porquê. Em primeiro lugar, é impressionate a forma como pega no jogo e "arruma" a casa. É inegável, Rui Costa é mesmo quem manda no futebol de ataque do Benfica e é ele que tem a batuta na sua posse. Mas isto que acabei de referir, não é novidade para ninguém. O que realmente salta à vista deste Rui Costa é a forma como luta e se entrega ao jogo. É certo que jogar com Petit nas suas costas ajuda muito. No entanto, Rui Costa não deixa de ajudar o seu companheiro de equipa e também colabora nas tarefas defensivas, algo que seria impensável, ainda por mais sabendo da idade do número "10".
Ao contrário do que se houve por aí, Rui Costa está bom e recomenda-se. Quem sabe não estamos perante uma das melhores temporadas do mesmo nos últimos anos. A ver por estes primeiros jogos...

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