segunda-feira, setembro 17, 2007

OLHO CLÍNICO


EQUIPA DA SEMANA: Olympique de Marselha (Plantel)


Marseille's forward Djibril Cisse, left, challenges for the ball with Toulouse's Herita Ilunga during their French League one soccer match, in Marseille, southern France, Saturday, Sept. 15, 2007.

ÚLTIMO JOGO: MARSELHA 1-2 TOULOUSE

COMO JOGOU: Mandanda, Bonnart, Rodriguez, Givet, Taiwo, M´Bami (Ziani), Cheyrou, Arrache (Moussilou), Nasri, Niang (Zubar), Cissé;

ONZE TIPO:


A ESTRELA: Samir Nasri:



Um grande jogador. Está para o Marselha como Ricardo Quaresma está para o Porto. É um artista da bola. Uma infindável panóplia de fintas e uma enorme capacidade em mudar de velocidade são os pontos mais fortes deste míudo que é já um "habituet" na selecção francesa.
Apesar de o ter comparado ao "harry potter" em termos da importância que ambos têm para o seu clube, creio que em termos de posicionamento dentro de campo, Nasri se assemelha mais com o Simão do Benfica de Fernando Santos. No habitual quarteto do meio-campo do Marselha, é Nasri aquele que compõe o vértice mais ofensivo do losângo, sendo que este, tal como acontecia com Simão, tem a facilidade de rapidamente aparecer em espaços vazios quer na direita, quer na esquerda. Ainda assim, se Simão procurava mais aparecer no flanco esquerdo, Nasri prefere aparecer mais na direita de modo a usar com mais facilidade o seu melhor pé: o direito, claro está.
Estamos perante um jogador de grande qualidade, diria até que é a estrela da equipa apesar de também haver o bem conhecido Cissé. Muita atenção Paulo Assunção e companhia.

SECTOR A SECTOR: (análise com base em 3 jogos vistos esta temporada - PSG, Nice, Toulouse)


Guarda-Redes:

Com a lesão de Carrasso, avançou para a baliza Steve Mandanda. Parece-me um guarda-redes muito interessante entre os postes - rápido a reagir - e tem a capacidade (faz lembrar Lamá) de sair com muita determinação aos cruzamentos. Vai ser um duro obstáculo para o Porto.

Defesa:


Na minha opinião, é efectivamente o sector mais fraco desta equipa. O lateral direito Zubar (também pode ser Bonnart) é frágil a defender e Quaresma pode aproveitar. Do lado oposto, o esquerdo, está, talvez, o melhor jogador e aquele que mais perigo pode causar ao FC Porto, isto porque o nigeriano Taiwo tem a facilidade em auxiliar por diversas vezes o ataque, por forma a causar desequilibrios. Muita atenção à excelência dos cruzamentos deste jogador e, já agora, à capacidade do mesmo na transformação de livres, não em jeito mas em força.



No eixo da defesa, a dupla mais utilizada tem sido Julien Rodriguez (capitão no jogo deste fim-de-semana devido à ausência, por castigo, de Cana) e o ex-Mónaco, Givet, isto apesar de Richard Faty ser, por vezes, opção. Qualquer um dos três me parece forte no jogo aéreo mas bastante lentos o que se torna complicado perante equipas que apostem em rápidos contra-ataques.

Meio-campo:


Lorik Cana como trinco, Cheyrou como interior esquerdo, Ziani como interior direito e Nasri como médio de ataque. Normalmente, é este o quarteto que compõe o meio-campo, isto apesar de Oruma, M'Bami, Valbuena (excelente jogador) e Zenden constituirem opções muito válidas para o técnico Albert Emon.



Ora, é precisamente neste importante sector do jogo que está, a meu ver repito, a maior força deste Olympique. São muitas as soluções e, me parece, de inegável qualidade. Contudo, gostaria de referir que há algumas nuances menos positivas em relação aos habituais titulares deste meio-campo. O capitão Cana é um jogador bastante útil nesta equipa. A sua missão é unicamente de defender. Poucas vezes passa a linha de meio-campo (exceptuando as bolas paradas) e é improvável vermos um remate fora da área do mesmo. Por vezes, "cola-se" em demasia aos centrais o que cria um fosso entre a linha defensiva e a linha intermédia.


Outro pormenor que me "saltou à vista" foi o facto de Benoît Cheyrou ser um jogador que joga muito pouco sem bola. É um jogador lento, também aparece pouco nas acções ofensivas e é incapaz de criar rupturas. A grande arma de Cheyrou é a sua enorme capacidade em efectuar passes a curta, média e principalmente longa distância. Albert Emon utiliza-o mais vezes em casa do que propriamente fora. O ex-PSG M´Bami, pela sua maior capacidade defensiva, é normalmente o escolhido para render Cheyrou.



Ataque:


Niang e Cissé são, quase sempre, as duas unidades escolhidas para compor o ataque do Marselha. Há ainda Moussilou, um avançado corpulento e com alguma qualidade mas, claramente, inferior aos seus companheiros de sector.


Em relação a esta dupla, devo dizer que me parecem dois jogadores muito iguais. Não são verdadeiros homens de área e preferem criar desequilibrios através de constantes diagonais no sentido das alas. Niang cai mais vezes para a esquerda e Cissé para a direita.


NOTA FINAL:


Apesar de ser uma equipa com alguma qualidade técnica, no meu ponto de vista, comete muitos erros durante um jogo. Se é verdade que num dia de inspiração pode "roubar" pontos ao FC Porto, num dia normal vai certamente sucumbir à maior valia dos "azuis e brancos". Neste contexto, o FC Porto é super favorito não só em casa mas também no Velodrome.


Referência ainda para o facto do Marselha ter uma grande falange de apoio, ainda que seja muito semelhante àquela que conhecemos no Vitória de Guimarães. Os adeptos gostam muito do clube mas também são capazes de se tornarem "inimigos" do mesmo na própria partida. Recordo-me no jogo frente ao Nice, encontro que terminou com uma derrota do Marselha por 0-2 que nos últimos 5 minutos de jogo o público não parou, nem um segundo de... assobiar. No jogo deste Sábado, frente ao Toulouse, voltámos a ter muitos assobios. E não é para mais. A exibição marselhesa foi mediocre.

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