segunda-feira, junho 05, 2006

Sub-21: Holanda é campeã europeia!



HOLANDA 3-0 UCRÂNIA
(Huntelaar (2), Hofs)



Que grande jogo houve no Estádio do Bessa! Frente a frente, duas grandes equipas e uma moldura humana fantástica com cerca de 22 mil espectadores, dignos de uma grande final europeia. Apesar do resultado ter sido desnivelado, o jogo foi muito bem disputado parte a parte e, não fosse a inspiração do guarda-redes holandês e o total desacerto dos atacantes ucrânianos, provavelmente o resultado teria sido outro, certamente bem mais equilibrado do que aquele que aconteceu. Além disso, houve duas ou três unidades holandesas que fizeram totalmente a diferença. Digo mais, Marco Van Basten, actual seleccionador da Holanda, deve estar muito satisfeito com os jogadores que levou para o Mundial. É que, deixar de fora jogadores como o avançado Huntelaar, um atacante fantástico que foi só melhor marcador do campeonato holandês com 33 golos e máximo goleador do Europeu com 4 tentos, o extremo Castelen, um jogador muito rápido e com um drible curto mas desconcertante e o médio Hofs, diria que só uma selecção com muitos recursos e com grande qualidade é que se dá a este luxo (já nem falo em Makaay, Seedorf, Davids e Stam).



A história do jogo resume-se basicamente a estas duas figuras que aparecem na imagem. O guarda-redes Vermeer defendeu tudo o que havia para defender e foi o responsável maior por a Ucrânia acabar o jogo sem qualquer golo marcado. Sem exagero, Vermeer fez mais de cinco defesas com jogadores a aparecerem isolados à sua frente. Além disso, o guardião holandês mostrou rapidez e qualidade a sair aos cruzamentos e uma enorme qualidade a jogar com os pés revelando-se como um autêntico libro.
Lá na frente, Castelen e Hofs causaram muitos desequilibrios mas, efectivamente, quem decidiu foi o avançado Huntelaar. Este jovem faz lembrar Marco Van Basten. Que classe tem este jogador, que facilidade tem o holandês em jogar de costas para a baliza, que dominio de bola, enfim, que grande jogador. Huntelaar marcou os dois primeiros golos mas, para além disso, foi sempre o pivot do ataque. Jogou, fez jogar, abriu espaços, fez excelentes tabelas com Castelen, portanto, realizou um jogo enorme.
Em relação à equipa Ucrâniana, entrou muito mal no jogo, foi claramente dominada no primeiro tempo pela Holanda, nunca conseguiu responder à forte pressão do adversário mas, ainda assim, teve três ocasiões claras para marcar. Por duas vezes enviou a bola ao poste esquerdo de Vermeer e, numa outra, o atacante ucrâniano não conseguiu ultrapassar o gigante guarda-redes holandês.
Sem jogar bem e claramente dominado pelo adversário, o que é certo é que se a Ucrânia tivesse materializado em golo as ocasiões que dispôs, certamente que o resultado ao intervalo seria diferente do 2-0 com que se finalizou esse primeiro tempo e seguramente que a história do jogo seria outra até final.
Na segunda parte só deu Ucrânia. O técnico ucrâniano lançou Feschuk e, principalmente, Alyiev, fazendo com que a sua equipa aparecesse completamente transfigurada para melhor nesta etapa. A Ucrânia pegou no jogo, passou a jogar completamente no meio campo contrário e obrigou a Holanda a recuar as suas linhas e a jogar em contra-ataque.
Como o futebol é feito de sorte, azar, a bola que entra e a que não entra, desta vez, a Holanda teve a sorte do jogo, desta feita, a Ucrânia não foi feliz. A selecção de leste fez tudo para mudar o rumo dos acontecimentos. Se na Holanda destacámos aqueles que achámos os melhores, na Ucrânia importa realçar o trabalho e a qualidade do número 10 Milevskiy. Este ucrâniano foi enorme, jogou e fez jogar a equipa e, só por ele, a Ucrânia merecia ter vencido. Graças a ele, a Ucrânia dispôs de situações de golo mais que suficientes para inverter o resultado. Explicações para tal não ter acontecido? duas razões obvias: desinspiração de alguns jogadores ucrânianos que falharam na hora da verdade e a exibição fantástica de Vermeer, um guarda-redes que, por este jogo, irá ficar na minha memória para sempre.
Final do jogo, um feliz mas justo campeão, uma final muito bem disputada com duas grandes equipas, excelente moldura, portanto, houve todos os condimentos para a realização de um grande espectáculo.

FICHA DE JOGO:

Holanda: Vermeer; Tiendalli, Luirink, Vlaar e Emanuelson; Aissati (Zomer, 78m), De Zeeuw e Schaars; Hofs, Huntelaar e Castelen (De Ridder, 68m).

Suplentes: Vorm, Pasveer, Verhaegh, Medunjanin, Gerritsen, John, Benson, Kruiswijk e Braafheid.

Ucrânia: Pyatov; Yarmash, Chyigrynskiy, Yatsenko e Romanchuk; Godin (Feschuk, ao int.) e Cheberyachko; Maksymov, Mikhalik e Milevskiy; Fomin (Alyiev, ao int.).

Suplentes: Rybka, Shirayev, Ishenko, Nevyvaka, Pylypchuk, Kryosheyenko, Pukanych, Sytnik e Oberemko.

Ao intervalo: 2-0

Disciplina: Cartão amarelo a Romanchuk (25m e 75m) Yarmash (37m), Yatsenko (41m), Feschuk (58m) e Vlaar (73m). Cartão vermelho a Romanchuk (75m).

Marcadores: Huntelaar (10m e 42m) e Hofs (93m)

Resultado final: 3-0

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