sexta-feira, novembro 05, 2010

TREINADOR DE BANCADA - BENFICA - (2ª PARTE)




NO LUGAR DE JORGE JESUS:

- Obviamente que, contrariamente ao post sobre o Porto, há aqui muito mais matéria para analisar. Mais dúvidas, maior indefinição em certas áreas do terreno de jogo levam a uma maior diversidade de opiniões.

Muito sinceramente, acho que Jorge Jesus vai apresentar algumas surpresas no dragão. Tenho um feeling que Gaitán e Saviola serão suplentes no jogo de domingo. Pelo exposto, este poderá ser o "onze" de Jesus frente ao Porto:

Roberto, Maxi, Luisão, David Luiz, Coentrão; Javi, Sálvio, Martins, Peixoto, Aimar e Kardec.

É arriscado da minha parte estar a supor que Jesus poderá deixar Saviola no banco quando nunca o fez na época passada ou nesta época. No entanto, é notório que o argentino não atravessa um bom momento e já se viu em vários jogos Aimar a fazer essa posição (muito embora só nas segundas-partes). Pois bem, poderemos ter aqui uma surpresa.

No lado esquerdo do meio-campo, a dúvida será entre Peixoto ou Gaitán. Pelo facto do português ter agradado a Jesus neste último jogo e principalmente por estarmos perante um jogo de grau de dificuldade elevadíssimo, estou convencido que Jesus vai ser conservador e vai apostar em Peixoto em detrimento de Gaitán.

Pode parecer completamente descabido mas ainda coloco a hipótese de Rúben Amorim jogar de início no lugar de Sálvio. Para Jorge Jesus, a partir do momento que um jogador é considerado apto clinicamente, tem todas as condições para poder jogar. E o técnico "encarnado" já mostrou em outras ocasiões que, quando um jogador vem de uma lesão, prefere apostar de início no mesmo fazendo-o sair por volta dos 60 minutos do que o contrário, isto é, ser suplente e entrar numa fase terminal da partida.

Ora, mediante estas ideias, aqui fica o meu onze e as minhas explicações:

Roberto, Maxi (porque Rúben ainda não está em condições para fazer o lugar), Luisão, David Luiz, Coentrão; Javi, Aimar, Martins, Sálvio, Gaitán e Kardec.

Sim, mudava o sistema de jogo. Acho que, para esta partida, a equipa poderia ganhar muito mais se utilizasse Aimar e Martins no centro do terreno. O meio-campo ficaria mais compacto e a equipa ganharia, eventualmente, maior qualidade ao nível da posse de bola e das transições ofensivas. Essas transições ganhariam expressão com a profundidade nas alas que Sálvio e Gaitán dariam. Na minha opinião, seria importante colocar um jogador no flanco direito que obrigasse Álvaro Pereira a ser mais comedido nas suas acções ofensivas. Para mim, esse jogador poderia ser Sálvio, jogador que deixou muito boa imagem - quer a atacar quer a defender - frente ao Lyon.
Não esquecer que o Benfica precisa de vencer o jogo - ou em último caso não o perder - e isso implica correr riscos.

Com dois alas (mais Coentrão), o futebol de Kardec poderia ganhar ainda mais expressão. Como se sabe, o brasileiro é um jogador de área e aposta forte no seu jogo de cabeça. Para um avançado com estas características, o 4x3x3 é sempre melhor que o 4x4x2 losângo.

No miolo, com o triângulo Javi, Aimar e Martins, me parece que a luta a meio-campo ficaria mais equilibrada - 3 para lutar contra Fernando, Belluschi e Moutinho -. Seria, portanto, um encaixe perfeito entre as duas equipas, algo que interessa mais ao Benfica dado os diferentes momentos de forma que ambas as equipas registam.

Apesar de não concordar, perceberei a ideia de Jesus em colocar Coentrão e Peixoto em simultâneo. Uma vez que Sapunaru (provável titular) não é tão ofensivo como Álvaro Pereira, a ideia seria fazer de Peixoto um médio mais central de modo a ajudar Aimar e Javi. Além disso, as subidas de Coentrão e o risco de deixar Hulk sozinho ficariam mais salvaguardados.
Muito embora essa avaliação seja correcta, volto a referir que estamos perante um cenário diferente do habitual. Desta vez, só há um resultado que realmente interessa ao Benfica e, por conseguinte, nada melhor do que buscar a vitória desde o ínicio de jogo.

Pontos Fortes do Benfica:

- A boa forma de Martins e Aimar. São dois jogadores muito habilidosos e capazes de, com um passe ou com um remate de longe, resolver uma partida. Feliz o treinador que tem dois jogadores desta craveira na sua equipa.

- As bolas paradas. Normalmente, quando os jogos são equilibrados, é precisamente este um factor de desequilibrio. Com Kardec, Javi, Luisão, David Luiz na finalização e jogadores com a qualidade de Peixoto, Martins ou Aimar a cobrar os livres, o Benfica ganha uma dimensão enorme neste particular. Parece-me a equipa mais forte deste campeonato neste capítulo.

- A "locomotiva" chamada Fábio Coentrão. Faz o corredor todo e dá outra expressão ao futebol do Benfica. É bom para uma equipa ter um jogador deste nível a marcar o melhor jogador da equipa contrária.

Pontos Fracos:

- Roberto nos cruzamentos. Se entre os postes começo a ficar esclarecido em relação ao valor do espanhol, neste departamento tenho sérias dúvidas.

- Situação de desvantagem no marcador. O Benfica precisa de crescer neste capítulo. É uma equipa que normalmente entra bem nas partidas mas que, regra geral, tem muito dificuldade em reagir à adversidade. Em todos os jogos que o Benfica sofreu primeiro, acabou por perder. Porto, Académica, Nacional, Guimarães, Schalke e Lyon são exemplos claros disso.

- Os vértices do losângo. Jorge Jesus perdeu Di Maria e Ramires e ainda não encontrou as soluções ideais para suprir essas perdas. Nota-se que Gaitán tem bons pormenores mas ainda revela alguma imaturidade no seu futebol ao passo que, do lado direito, Rúben Amorim tem estado lesionado e Martins é um jogador diferente de Ramires. Excelente no passe longo, muito bom na ajuda ao miolo mas sem estrutura atlética que lhe permita dar expressão à ala ou ajudar Maxi Pereira como Ramires o fazia.

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