sábado, fevereiro 25, 2012

FALTOU O GOLO


Essencialmente faltou eficácia ao Benfica. Bastante penalizador este jogo, em virtude de uma série de ocasiões de golo e que não foram materializadas. A Académica defendeu durante 75 minutos e tentou um ou outro contra-ataque no último quarto de hora, procurando explorar o balanceamento ofensivo do adversário e também o rebentamento físico das unidades centrais do meio-campo encarnado. Pelo exposto, diria que o resultado é completamente injusto face àquilo que os pupilos de Jorge Jesus fizeram ao longo dos 90 minutos mas, por outro lado, é um zero-zero que premeia a solidariedade defensiva dos jogadores da Académica e a extraordinária exibição de Peiser, algo que, de resto, já não é a primeira vez.

A ausência de Rodrigo "facilitou" a vida a Jesus. Tenho quase a certeza que se o espanhol estivesse em condições, jogaria de início e, nesse sentido, alguém do meio-campo teria de sair. Fica a dúvida daquilo que Jesus teria feito com o espanhol em condições.
Acima de tudo, a ausência de Rodrigo implica um desaparecimento total de Cardozo. Já ficou por diversas vezes provado que o paraguaio rende mais com um parceiro na frente. Foi assim com Saviola e tem sido assim com Rodrigo. Sozinho na frente torna-se uma unidade mais acessível para os defesas contrários já que ele não é rápido, não é móvel e tem algumas dificuldades em jogar de costas para a baliza. Volto a dizer, Cardozo tem sido em inúmeros jogos parte da solução mas quando consegue estar 50 minutos sem aparecer, passa a ser parte do problema.

Custa-me a entender também o crédito que Bruno César tem perante a comunicação social e também perante uma boa camada da massa adepta benfiquista. É um jogador lento, não oferece rigorosamente nada às alas e é bastante limitado nas transições defensivas. Ter boa qualidade de passe e um bom remate (segundo se diz) não chega para se jogar num clube desta dimensão.

Excelente entrada de Nélson Oliveira em campo. O Benfica ganhou profundidade e maior mobilidade no ataque. Não tenho dúvidas que está aqui um jogador de futuro e com capacidade para vingar no clube e na selecção a curto prazo.

Uma palavra sobre as substituições de Jesus. Eu, como treinador de bancada, teria feito exactamente a mesma coisa. Ao intervalo tirar um médio e lançar um avançado (a Académica não atacava e, como tal, não fazia sentido ter dois médios de cobertura), depois tirar um extremo para lançar Nolito, jogador capaz de criar desequilibrios e espevitar a equipa (tinha tirado César e não Gaitán); na última substituição, Jesus tirou Aimar (completamente esgotado) e lançou Yannick. A ideia era dar maior rapidez ao lado direito e explorar a boa qualidade de passe de Bruno César no miolo. Como o brasileiro rebentou fisicamente pouco tempo depois, a equipa passou a jogar mais directo. Sinceramente, vi o mesmo jogo que Jorge Jesus e teria tomado as mesmas decisões.

Uma nota final para o desaparecimento de Javier Saviola. Muito honestamente, não me surpreende. É um jogador em clara quebra física e concordo que por esta altura seja o 4º avançado. Aquilo que me surpreende é ou foi a sua renovação de contracto. Não faz sentido manter para a próxima época um jogador com um dos melhores ordenados do plantel e que é a 4ª opção. E atenção, haverão reforços para a sua posição, certamente.

PS: O derby da próxima semana, não sendo decisivo, será muito mais importante para o Benfica do que para o Porto. Psicologicamente seria dramático uma derrota encarnada e um boost moral para os dragões.

PS1: Vou confessar uma coisa. Neste jogo desejei que um jogador do Benfica visse um amarelo, algo que o faria falhar o próximo jogo.

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