quarta-feira, fevereiro 22, 2012

O TALENTO COSTUMA FAZER A DIFERENÇA


Vitória extraordinária do Nápoles sobre o Chelsea num jogo claramente marcado pelo talento e irreverência das unidades ofensivas do conjunto napolitano. Pelo nome, pela qualidade de alguns dos seus jogadores e pela recente história do conjunto londrino na champions, diria que o Chelsea ainda tem hipóteses de, em sua casa, virar a eliminatória a seu favor. Contudo, pelo futebol praticado e pela aparente falta de comunicação e empatia entre jogadores e treinador, diria que vai ser muito difícil a remontada na eliminatória.

Como é curioso e fascinante este mundo da bola. Há uns meses atrás, Domingos e Villas-Boas estavam em alta, muito bem vistos por essa Europa do futebol e com os seus egos lá bem no topo. Hoje, Domingos está no desemprego depois de um percurso desastroso no Sporting e Villas-Boas provavelmente ainda só não foi despedido porque custará muito ao clube a sua saída nesta altura, mesmo sabendo que dinheiro é coisa que não falta para aqueles lados. O André tem a desculpa das muitas lesões que assolaram a equipa e também do facto de haver muitos jogadores em clara fase descendente na carreira mas, mesmo assim, tinha e tem matéria prima mais que suficiente para fazer melhor do que aquilo que tem feito. Não há alegria, não há garra e sobretudo não há vontade dos jogadores em reverter a situação negativa. Tenho pena por David Luíz e Ramires mas, para ser sincero, dá-me um certo gozo ver o Chelsea a arrastar-se por esses campos fora.

Sociedade Hamsik-Lavezzi-Cavani

Sem culpa dos erros contrários está o Nápoles que realizou ontem uma excelente exibição. Foram 3 mas a verdade é que poderiam ter sido mais. Não fosse um corte de Ashley Cole em cima da linha de golo já na fase final do jogo e o 4-1 teria arrumado de vez esta eliminatória. O que mais impressiona nesta equipa é a maneira como se transforma da defesa para o ataque ou vice-versa. Em situação defensiva, utiliza claramente um estilo à italiana. Todos atrás da linha da bola, os médios muito perto dos defesas e solidariedade total entre companheiros (não há nenhum jogador que abdique de defender). Depois, transições rápidas para o ataque quando recuperam a bola. Neste particular, temos a sociedade Hamsik-Lavezzi-Cavani, um trio absolutamente extraordiário e que vale muitos golos e muitas vitórias. No futebol, o colectivo ganha campeonatos mas o talento de certos jogadores ajuda a resolver muitas partidas. Não tenho a menor dúvida que sem estes três talentos, o Nápoles seria uma equipa vulgar. Repare-se: Maggio, Aronica, Campagnaro, Cannavaro, Zuniga, Gargano e Inler. Atrevo-me a dizer que nenhum destes jogadores seria titular nas equipas de topo de Itália (talvez Maggio a excepção). Mas a verdade é que no Nápoles trabalham muito bem e fazem um belo colectivo. Terá que haver trabalho de excelência de Mazzarri já que só assim se explica esta fase ascendente do Nápoles nestes últimos anos.

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