domingo, março 18, 2012

TIROS NOS PÉS


Alguns comentadores desportivos vieram a terreiro falar das fragilidades físicas do meio-campo do Porto, isto após um jogo fraco dos dragões na Choupana e de muitas limitações físicas que a equipa revelou na zona central. Ora, naturalmente que subscrevo essa ideia. Lucho já não tem o mesmo fulgor físico de outros anos e Moutinho não consegue jogar com a mesma intensidade uma época inteira. Depois faltou Fernando, um jogador crucial naquele meio-campo.
Atendendo que o Porto só tem 4 elementos (os referidos mais Defour) para 3 posições, é no mínimo estranho perceber como foi possível deixar sair Belluschi, Souza e Guarin no mercado de Inverno. Poderá ser por aqui que o FC Porto quebre. 

Se é claro que todos os comentadores pensam nas tais ausências de alternativas no meio-campo portista, é curioso que no Benfica ninguém fale nessa situação. Aliás, no Benfica fala-se na valia das alternativas, o qual concordo mas não na integra. 
Se repararem, a alternativa a Javi chama-se Matic mas já para Witsel e Aimar, não vislumbro alternativas. Tudo bem que para Aimar há sempre a possibilidade de jogar num sistema mais ofensivo com Rodrigo, Saviola ou Nélson Oliveira a entrarem para o onze mas a verdade é que nenhum deles assume o papel de organizador de jogo e nenhum deles consegue dar a consistência ao meio-campo que Aimar dá. 
Relativamente a Witsel, nem é bom falar. Na fase de jogos difíceis que vem aí, está obrigado a fazer praticamente todos os minutos de todos os jogos. Gosto muito do belga mas pareceu-me nestes dois últimos jogos da liga que começa a dar sinais de algum desgaste físico. Espero, naturalmente, estar enganado.

Nisto entra a minha teoria dos tais "tiros nos pés". Não falo em Melgarejo mas imaginem esta equipa do Benfica com três jogadores para atacar esta parte final do campeonato: Carlos Martins (nas vezes de Aimar), Rúben Amorim (nas vezes de Maxi ou de Witsel no meio) e Urreta (para aquele lado direito do ataque). Pois é, creio que, com estes três jogadores, as hipóteses do título aumentariam substancialmente, até porque uma maior rotatividade é fundamental para esta fase do campeonato. Jesus teve problemas na época passada precisamente por ter expremido todos os jogadores principais até ao limite e temo que este final de temporada possa acontecer o mesmo. Ainda assim, parece que o Porto está a viver exactamente o mesmo tipo de problema, o que torna o cenário menos negro para os lados da luz e porventura mais imprevisível. Já o Braga respira saúde e confiança. 

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