Começo por aquilo que não me dá prazer falar mas que, volta e não volta, tem de ser: esta coisa dos árbitros apitarem quando alguém "sopra" com mais força dentro da área, é algo que me continua a fazer confusão. Provavelmente o Benfica iria marcar mais minuto menos minuto; provavelmente a vitória iria cair para os lados da luz com maior ou menor dificuldade; agora, é pouco agradável quando se começa a ganhar desta forma. Eu, particularmente, não gosto.
Quanto ao jogo, vitória fácil perante um adversário muito modesto e muito contido em termos ofensivos. Tal como Jesus diz, estes jogos pós-champions são sempre complicados. E quando os campos estão pesados e a chuva faz questão de aparecer, o cenário ainda é menos atraente. Valeu que os jogadores estiveram concentrados e focados desde o apito inicial. E é assim que deve ser. Resolver o jogo o mais rapidamente possível e depois sim, descansar. Foi isso, precisamente, que se viu. Boa dinâmica e intensidade forte na primeira parte, para depois um segundo tempo de mais posse e de menos esticões no jogo.
Destaques:
MVP: Sálvio. Podia ter escolhido Matic ou eventualmente Garay. No entanto, fico-me pelo extremo argentino. Não que tenha feito um jogo de encher o olho, a bem dizer até fez muitos disparates, preferindo a jogada individual em detrimento de um passe para um companheiro em melhor posição, mas, pela entrega, pela forma como procura sempre atacar a baliza adversária e, de não menos importância, a sua capacidade física que faz com que seja dos melhores extremos a auxiliar o lateral em situação defensiva, tudo isso pesou para esta minha escolha. Volto a repetir, não foi aquele Sálvio demolidor e arrasador no um-para-um que todos conhecemos mas foi o Toto corajoso, lutador e bravo que deixa qualquer adepto rendido.
Garay: a classe deste senhor é impressionante. Podem vir com Gamarras, Davides Luízes, Humbertos Coelhos, Ricardos Gomes, Mozeres, Aldaíres, quem quer que seja. Eu fico-me com este para melhor defesa que vi jogar no Benfica.
Matic: confirma o excelente momento de forma. É engraçado que tem feito aquilo que Javi fazia na perfeição, isto é, dobrar os laterais, recuperar bolas, atrasar o jogo ofensivo do adversário e acrescentar músculo ao meio-campo, sendo que tem ainda o extra de ter capacidade técnica e pulmão para, sempre que pode, ultrapassar aquela linha imaginária, mais ou menos a meio do meio-campo adversário, que, normalmente, o trinco-comum não deveria passar. Isto demonstra confiança. capacidade física e qualidade. Mérito para ele e, por que não dizer, para Jesus que o tornou um jogador que, claramente, não era quando chegou.
Luisão: essencialmente pelo golo. Esteve algo nervoso e revela uma clara falta de ritmo - contra avançados mais rápidos pode ser perigoso -, algo que é perfeitamente normal dada a longa paragem. Ainda assim, pela sua qualidade no jogo aéreo e pela capacidade de liderança, é evidente que é uma peça importante para esta fase do campeonato.
Martins: acabou por fazer uma boa partida. Regressou e ainda bem. Neste momento não tem lugar na equipa num sistema de 2 avançados porque Enzo Perez tem de jogar sempre mas, para aqueles confrontos com equipas da classe alta, vai dar muito jeito. Espero vê-lo em campo ao lado de Enzo já no próximo jogo contra o Barça e eventualmente contra o Sporting. Duma coisa não tenho dúvidas: Matic, Martins e Perez vão dar qualidade ao meio-campo. Se bem que, conto os dias para ver Matic, Perez, Aimar, Sálvio, Nico e Lima, todos ao mesmo tempo.
Em suma, resultado justo no jogo ideal após um teste duro na champions. Resta saber o que o Porto faz em Braga. Eu cá suspeito que o dragão vai esmagar.
Sem comentários:
Enviar um comentário