quinta-feira, dezembro 13, 2007

Champions: Sporting despede-se da Liga Milionária com goleada


Sporting 3-0 Dinamo Kiev
(Polga g.p, Moutinho, Liedson)



O jogo ideal. Melhor dizendo, os jogos ideais para tentar afastar os sintomas de crise. Louletano para a taça e o frágil Dinamo de Kiev vieram na melhor altura. Aliás, creio que este jogo da liga dos campeões não podia vir em melhor fase. Para qualquer equipa que não vive um bom momento, nada melhor que poder fazer um jogo perante um adversário sem objectivos e, mais importante que tudo, perante uma rara situação de não haver qualquer tipo de pressão para os jogadores do Sporting dado que, ao contrário da taça de Portugal ou campeonato, não haviam quaisquer riscos a nível de posição na tabela classificativa ou de uma eliminação imediata em caso de uma não vitória. Perante esses moldes, foi bom o Sporting ter conhecido a sua situação europeia antes mesmo deste derradeiro encontro.

No que diz respeito ao encontro, creio que foi uma vitória fácil, convicente e, porventura, mais tranquila do que aquilo que se esperava. Tirando uma ou outra situação embaraçosa no primeiro tempo e uma ou outra avançada interessante do Dinamo no inicio da segunda parte - dizer que Rui Patricio resolveu bem os poucos problemas que teve -, diria que o Sporting nem parecia uma equipa abalada pelos recentes maus resultados. Nesse contexto, vitória gorda, regresso do "leve" aos golos, quebra da malapata dos penalties, estreia absoluta (e positiva) de Adrien Silva como titular na liga dos campeões... Enfim, foi tudo de bom para quem tem tido dias menos felizes. A ver vamos como vai ser a resposta da equipa leonina no próximo domingo frente ao Marítimo. Normalmente, depois de uma boa noite europeia, temos tido autênticos desastres por parte do conjunto de Paulo Bento. Sabendo que na Madeira não é fácil passar, a pergunta que se impõe é simples: Que Sporting vamos ter frente ao Marítimo? será o de Manchester, Roma ou aquele que venceu duas vezes ao Dinamo Kiev ou teremos o Sporting tristonho, sem ideias e desarrumado que temos vistos em termos internos?

A resposta será dada domingo por volta das dez da noite...

PS: Confesso que sou admirador de Paulo Bento. Tal como o era como jogador, considero-o um lider e isso é muito importante para quem tem a missão de gerir um grupo. Mais uma vez, neste jogo vimos pormenores do grande treinador que é Paulo Bento. A titularidade a Liedson e a excelente aplicação do mesmo, mostrando estar com vontade de trabalhar e mostrar a sua qualidade; a confiança em Polga na penalidade, quando talvez o mais fácil fosse mudar o marcador de serviço; a titularidade dada a Adrien Silva mostrando a Miguel Veloso que não é imprescindível no Sporting; a nova oportunidade dada a Pontus Farnerud revelando que Paulo Bento pensa pela sua própria cabeça e que não olha a recados vindos do público ou dos jornais; a confiança depositada em Rui Patricio mesmo depois de algumas falhas comprometedoras do jovem guarda-redes português - tirar Patricio do onze quando este estava num momento menos bom podia ser fatal para o futuro do jovem (é diferente se, por exemplo, sair no próximo jogo frente ao Marítimo, isto depois de dois jogos positivos e tranquilos).
Por tudo isto e muito mais, Paulo Bento é e (provavelmente) será um dos melhores treinadores portugueses no futuro.

2 comentários:

LEÃO DA ESTRELA disse...

Os números não deixam dúvidas: um ano depois, o Sporting, embora não cumprindo o objectivo traçado, melhorou o seu desempenho nas provas europeias, desde logo ao ter garantido a passagem à Taça UEFA, que é uma espécie de prémio de consolação para aquelas equipas que não conseguem apurar-se para a segunda fase da Liga dos Campeões. É certo que a melhoria leonina foi feita à custa da pior equipa na prova, o Dínamo de Kiev (a única equipa que não pontuou), a quem ganhou seis pontos e a quem marcou cinco golos. Mas o que fica para a história é que o Sporting foi o melhor dos terceiros classificados, obtendo os mesmos sete pontos de Marselha, Glasgow Rangers, PSV, Rosenborg e Benfica, mas sendo a única equipa com vantagem dos golos marcados sobre os golos sofridos (9-8). Relativamente a 2006-2007, o Sporting conquistou mais uma vitória, marcou mais cinco golos, sofreu mais dois e amealhou mais dois pontos.

Unknown disse...

Leão da Estrela, curiosa essa tua análise. E de facto, os números comprovam aquilo que acabaste de referir. É verdade que o Dinamo de Kiev demonstrou ser na prática a equipa mais fraca da Champions mas, ainda assim, ganhar na Ucrânia não é nada fácil. O Sporting conseguiu isso e conseguiu também mostrar que em campo não ficou a dever nada a Manchester e principalmente a Roma. Aliás, em relação à Roma, estou convencido que se calhar em sorte ao Porto, o Porto passa a eliminatória.

O problema do Sporting não é nem foi a nível externo até porque lá fora o Sporting não tem a obrigatoriedade de tomar a iniciativa de jogo e lutar objectivamente pela vitória em todos os campos. O problema do Sporting é cá dentro onde tem de ter soluções suficientes para ganhar em todos os campos. Infelizmente para os "leões", falta matéria prima. A juntar a tudo isso, o desgaste físico da Champions - é outro ritmo e há as viagens pelo meio - faz com que o rendimento no campeonato sofra oscilações.

Bem vindo ao Mundo da Bola, espaço mais inclinado para o vermelho mas, ainda assim, democrata e, sempre que possível, imparcial.