segunda-feira, dezembro 10, 2007

Fim-de-semana vitorioso




Com um raro fim-de-semana disponível para sentar-me no sofá e ver a bola, nada melhor que ter adquirido a Sporttv nesta 6ª feira passada para, no fundo, fazer aquilo que tanto prazer me dá.
Para quem não sabe, para além do Benfica, há outros clubes que nutro admiração. Em Espanha simpatizo com o Sevilha e com o Atlético de Madrid; em Inglaterra sou fanático pelo Manchester United; em Itália, apesar de não gostar de Mancini, sou adepto do Inter de Milão; na Holanda gosto do Ajax; Alemanha e França não tenho gostos até porque detesto as respectivas selecções.

Ora, conforme podem verificar, todas as equipas de quem gosto ganharam este fim-de-semana. Manchester (4-0), Sevilha (3-1), Inter (4-0) e Benfica (3-1) tiveram triunfos mais ou menos tranquilos enquanto que Ajax (2-3) e Atlético de Madrid (1-0)tiveram de suar muito para conseguir o triunfo.



Das minhas 6 equipas, tive oportunidade de assistir a 4 - Man Utd, Inter, Atlético e os últimos 20 minutos do Benfica -. Em Inglaterra o Manchester venceu de forma tranquila o Derby County e continua a mostrar um futebol atractivo e totalmente virado para o ataque; em Itália, um Inter com muitas ausências chegou perfeitamente para "atropelar" o Torino que tem em Rosina a sua principal estrela - o italiano consegue inclusivé tirar o lugar a Alvaro Recoba - mas que foi insuficiente para travar o poderio dos nerazzurri; finalmente, em Espanha tivemos um Atlético de Madrid estranho. É precisamente sobre o Atlético que gostaria de falar mais uma vez.

Já vi vários jogos do Atlético de Madrid esta época e em todos eles fiquei com a mesma impressão: há ali um enorme potencial mas falta qualquer coisa. Aquela frase que todos nós conhecemos "um bom ataque ganha jogos e uma boa defesa ganha campeonatos" parece encaixar na perfeição nesta equipa do Atlético. Ver a qualidade dos extremos do Atlético, ver um meio-campo que se complementa muito bem como são os casos de Raul Garcia e Maniche e, por fim, ver a fantástica dupla de ataque composta por Fórlan e o sensacional Kun Aguero, deixa qualquer adepto com a sensação de que com 6 jogadores de tamanha capacidade, é efectivamente possível ombrear com Real Madrid e Barcelona em busca de títulos.
O que se passa neste Atlético é que a qualidade do meio-campo para a frente não é comparável com aquela que vemos no sentido inverso. À direita da defesa, não me parece que Varela, António Lopez (um esquerdino) ou o nosso conhecido Seitaridis sejam de uma qualidade acima da média; depois, à esquerda, Pernia é um jogador com um bom pé esquerdo, capaz de efectuar bons centros e bons livres mas, a defender, deixa muito a desejar - a sua dificuldade em fechar por dentro é evidente e a sua lentidão é notória -; no centro da defesa, temos 4 centrais fracos tendo em conta a dimensão do clube. O menos mau acaba por ser o colombiano Perea, um jogador relativamente rápido, algo que lhe permite apagar alguns fogos. Depois, temos Eller, um brasileiro do pior que há por esta Europa e temos também o nosso conhecido Zé Castro que, sinceramente, ainda hoje estou para perceber como é que saíu da Académica para um clube desta envergadura.
Finalmente, teremos de falar dos guarda-redes do clube madrileno. Léo Franco é mau, Abbiatti é igualmente fraco. Quem viu o italiano ainda ontem, percebeu a intranquilidade que este mesmo dá a uma defesa. Cada vez que a bola chegava perto da sua baliza era um problema, cada vez que o italiano jogava a bola com os pés era uma aflição.

Só por milagre é que ontem o Atlético de Madrid conseguiu levar de vencida o irreverente Getafe treinado pelo grande Laudrup. Aliás, já há duas semanas o Atlético teve a enorme felicidade de vencer em casa o Valladolid por 4-3, num golo de auto-golo e no último minuto da partida.
Assim, parece evidente que em termos defensivos não respira a mesma saúde que respira em termos ofensivos. Dá gosto ver jogar Aguero, dá gosto ver Fórlan marcar à mínima oportunidade que dispõe, dá um enorme prazer ver a rapidez com que os alas madrilenos inventam oportunidades de golo. Contudo, uma equipa para ser considerada GRANDE tem de ser construída de trás para a frente e não o contrário. Se em Janeiro as coisas não mudarem, ou seja, se não houver reforços de qualidade para o sector defensivo do Atlético, então dificilmente a equipa de Aguirre estará perto dos lugares da frente. A ver vamos se o presidente madrileno tem mais milhões (já gastou 80) para gastar. Pelos rumores (fala-se de Van der Vaart), parece que sim. Agora, na minha opinião, não é a comprar cracks para a frente que o Atlético vai lá!

PS: A imagem que coloquei logo ao ínicio não foi por acaso. Trata-se de um dos jogadores mais regulares que já vi em toda a minha vida. Javier Zanetti, um verdadeiro capitão, um grande jogador, um exemplo de longevidade, enfim, uma referência para todos aqueles que adoram futebol!

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