segunda-feira, maio 08, 2006

Superliga: Sporting garante Champions... Belenenses e Guimarães na 2ª Liga



A derradeira jornada da Superliga foi deveras emocionante como, aliás, já era de esperar. No que à luta pelo segundo lugar diz respeito, o Sporting cumpriu a sua missão, venceu o Braga pela margem mínima e não deu qualquer hipótese ao rival Benfica que, por muito que vencesse em Paços de Ferreira, algo que não veio a acontecer, teria de contentar-se com a terceira colocação no campeonato.



Em relação ao jogo de Alvalade, o Sporting entrou bem no jogo e com vontade de rapidamente se colocar numa posição de vencedor para evitar qualquer imponderável. Os leões foram sempre a equipa mais dominadora no primeiro tempo e, como tal, foi sem surpresa que João Moutinho deu vantagem aos leões à passagem dos 21 minutos.
A reacção dos bracarenses foi muito timida. Por sua vez, o leão continuava forte, principalmente a nível defensivo. Ricardo, por exemplo, foi sempre um espectador nesta primeira parte.
O Sporting podia mesmo ter chegado ao intervalo com uma vantagem mais tranquila, isto se Deivid não tivesse desperdiçado uma oportunidade de golo certo. O brasileiro, de cabeça e numa zona profundamente favorável, enviou a bola ao lado num lance em que Paulo Santos estava completamente batido. Gorou-se assim uma excelente oportunidade para os leões.
Ao intervalo, a vantagem do Sporting era perfeitamente justa.

Na etapa complementar, o jogo foi pouco emotivo. O Sporting limitou-se a controlar o jogo não estando disposto a correr grandes riscos. Já o Braga, apesar de melhor que no primeiro tempo a respeito de iniciativas ofensivas, apenas conseguiu criar uma boa ocasião de golo. Muito pouco para uma equipa do estatuto dos bracarenses.
Até final, assistiu-se a uma total gestão leonina que permitiu à mesma alcançar o segundo lugar e entrar directamente na Liga dos Campeões. Paulo Bento, por tudo o que fez desde que está ao comando técnico do Sporting, merecia, pelo menos, este prémio.



Já o Benfica, perdeu justamente 3-1 em Paços de Ferreira e ficou-se pela terceira posição, algo que se aceita perfeitamente uma vez que a equipa de Ronald Koeman foi muito mais irregular que os seus rivais.
Para este encontro, Koeman jogou outra vez num sistema de três centrais, Ricardo Rocha, Anderson e Luisão e fez alinhar o russo Karyaka de inicio. Ora, num jogo decisivo para os encarnados, nada melhor do que colocar um jogador que, salvo erro, foi a primeira vez que participou num jogo nesta segunda volta. Será que o holandês pensou estar na posição de Co Adriaanse ou José Mourinho? não sei...
Na primeira parte, foi a equipa do Paços que entrou melhor. Sabendo que em caso de um resultado negativo, o Paços Ferreira podia correr o risco de descer de divisão, levou a que os da casa entrassem muito concentrados e compenetrados em fazer o seu melhor em busca dos pontos que significassem a tranquilidade definitiva na Superliga.
À medida que o tempo foi passando, o Benfica foi equilibrando o jogo. Apesar de praticamente não haver oportunidades parte-a-parte, o último quarto de hora do jogo foi bastante interessante.
Aos 38 minutos, com alguma surpresa à mistura dado ao equilibrio no jogo, Manuel Fernandes arrancou um pontapé forte e rasteiro levando a bola, pela primeira vez, a tomar o caminho da baliza de Pedro. Estava feito o primeiro do jogo, resultado que se iria verificar ao intervalo. O Paços estava agora em maus lençois pois corria o risco de descer de divisão caso a Naval marcasse em Penafiel. Por esta altura, a Académica estava empatada e o Gil Vicente a ganhar ao Belenenses.

No segundo tempo, a história do jogo foi completamente diferente. O Benfica, sabendo ao intervalo que o Sporting estava a ganhar ao Braga, pura e simplesmente "abandonou" o jogo. Se, mesmo sem jogar bem, na primeira parte ainda se havia vislumbrado um Benfica com alguma vontade e determinação em querer ganhar o jogo, neste segundo tempo, tal não passou de uma mera ilusão.
O Paços, contrariamente, entrou ainda mais com vontade e determinação em inverter este resultado negativo. Era a manutenção na Superliga que estava em jogo.
Nesse sentido, foi sem surpresa que Edson igualou a partida, num lance em que Moretto, mais uma vez, mostrou o porquê de só ter total confiança por parte do treinador Ronald Koeman. Mais um lance caricato para o brasileiro, mais uma vez, o Benfica a sair prejudicado com a situação.
Mesmo com a igualdade, não houve reacção encarnada. Como tal, com toda a justiça, o Paços marcou por mais duas vezes, Junior Bahia no caso, e garantiu justamente a permanência na Superliga. A humildade e o crer de José Mota e dos seus jogadores, o futebol que muitas vezes o Paços Ferreira mostrou ao longo da época, teria objectivamente de ser sinónimo de permanência.

O ADEUS DOS HISTÓRICOS



A jornada 34 confirmou um dos piores cenários possíveis: Guimarães e Belenenses, duas das melhores equipas das últimas décadas, dois conjuntos que, quer queiramos quer não, traziam sempre algo mais ao futebol português, causavam mais problemas aos grandes que a maioria dos clubes, principalmente nos seus redutos, acabaram por descer de divisão.
Se em relação ao Guimarães, essa realidade já estava praticamente confirmada, efectivamente, a grande surpresa desta última jornada acabou por ser a queda do Belém. O Belenenses, durante a tarde futebolistica, mesmo a perder, esteve quase sempre numa posição mais tranquila que outros. De Penafiel, vinham noticias de um empate, algo que significava, desde logo, a permanência dos azuis, na Académica, a festa era Madeirense que ganhava por 0-2, em Paços de Ferreira, era o Benfica que ganhava ao intervalo. Com tanta noticia boa, a derrota em Barcelos era, no fundo, um desaire profundamente saboroso a dada altura.
Mas, como o futebol é pródigo em surpresas, mutações incriveis de cenários, alterações fantásticas de estados de espiritos em fracções de segundos, a verdade é que a pior conjectura possivel para o Belenenses acabou por acontecer. O sensacional Paços de Ferreira fez uma "cambalhota" histórica no marcador e ganhou ao Benfica, a Académica adquiriu forças extra e empatou a dois golos com o Maritimo e, a modesta Naval, mesmo com tantas limitações durante a temporada, chegou mesmo ao triunfo em Penafiel, salvando-se no último suspiro.
Quem acabou mesmo por "morrer na praia" foi o Belenenses. Diga-se, em abono da verdade, que de todas as equipas que lutavam desesperadamente pela salvação, o Belenenses acabou por ser um justo despromovido já que, era a equipa com mais soluções no seu plantel, com maior capacidade económica e tinha obrigação, tal como o Guimarães, de fazer muito melhor do que aquilo que fez durante toda a temporada. Especialmente, quando se tem, por exemplo, um avançado que foi só o melhor marcador da Superliga.

Assim, Guimarães, Belenenses e Rio Ave, que perdeu em Leiria por 5-2, juntaram-se ao Penafiel no lote de equipas que para o ano estará na Segunda Liga.

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