quinta-feira, fevereiro 28, 2008

SÓ O MAESTRO DÁ MÚSICA EM ORQUESTRA DESAFINADA!







Começando pelo fim, o maior elogio que pode ser dado a este Moreirense, é que o Benfica só apresentou alguma qualidade, e só conseguiu chegar ao golo, depois da entrada de Rui Costa. Porque antes, alguns dos seus jogadores, deveriam pensar que este não seria mais do que um simples jogo-treino...

Com mais uma exibição decepcionante (e estarei a ser simpático), o Benfica segue em frente na Taça, depois de bater o Moreirense por 2-0.
Jogando no seu estádio, perante pouco mais de 10.000 espectadores, a turma encarnada voltou a desiludir, mesmo tendo pela frente um adversário da II Divisão Nacional, e só na segunda parte, já com Rui Costa em campo, os golos apareceram, curiosamente ambos apontados por homens vindos do banco.
José António Camacho optou por rodar o plantel, dando minutos de jogo a atletas habitualmente pouco rodados, e o que é facto é que o Benfica nunca se conseguiu impor na totalidade, estando mesmo exposto a alguns dissabores, já que os de Moreira de Cónegos nunca viraram a cara à luta, e espreitaram, sempre que puderam, o ataque, mas encontraram pelo caminho um obstáculo muito forte, um dos melhores em campo, imagine-se!, chamado Hans-Jorg Butt.
A turma de Daniel Ramos não foi uma presa fácil, bem pelo contrário, deixando sempre a defensiva encarnada em sentido, e revelando uma grande consistência defensiva, que ía adiando o golo benfiquista, ainda que as ocasiões não fossem muitas.
O nulo ao intervalo e a monumental assobiadela com que o público se despediu dos jogadores em tempo de descanso, terão levado o técnico espanhol a repensar estratégias, mas, principalmente a olhar para o banco de suplentes e chamar Rui Costa, que havia de ser lançado aos 10m do segundo tempo, para tentar iluminar o futebol encarnado. E, como quem sabe, tanto joga bem com o Milão, como com o Moreirense, o maestro colocou ordem no jogo, lançou o perfume do seu futebol, e foi mesmo o obreiro do primeiro golo, com um grande remate de fora da área, após primorosa assistência de Óscar Cardozo que, com o peito, serviu de bandeja para o 10 atirar a contar. Descansavam um pouco mais os adeptos, mas ainda assim não se livraram de alguns calafrios, por os forasteiros acreditaram sempre que era possível chegar à igualdade e, quiçá, fazer uma gracinha que se poderia tornar escândalo, em pleno Estádio da Luz.
E como vem sendo hábito na turma encarnada esta época, o sofrimento durou quase até ao fim, sensivelmente até ao minuto 87, quando Ariza Makukula, com alguma felicidade à mistura, aproveitou um desvio de Pedro Mantorras, para sentenciar de vez a partida, e carimbar o passaporte do Benfica para a fase seguinte.
Mais uma vez voltou a ter que ser o "jovem" Rui Costa a emprestar uma ponta de classe à equipa, e, se olharmos para um futuro próximo (entenda-se final de época), o Benfica terá que entender, de uma vez por todas que não pode depender quase em regime de exclusividade do maestro, porque, infelizmente, este não dura sempre...


FICHA DE JOGO:

Estádio da Luz, em Lisboa

ÁRBITRO: Elmano Santos, da Madeira

BENFICA: Butt; Luís Filipe, Edcarlos, Zoro e Sepsi; Binya, Maxi Pereira e Nuno Assis; Di María, Freddy Adu e Óscar Cardozo.

SUPLENTES: Moreira, Nélson, Katsouranis, David Simão, Rui Costa, Mantorras e Makukula.

SUBSTITUIÇÕES: Luís Filipe por Rui Costa e Freddy Adu por Makukula (aos 55m) e Cardozo por Mantorras (aos 75m).

TREINADOR: José António Camacho


MOREIRENSE: Rui Marcos; Tiago Lopes, João Duarte, Hélio e Serafim; César Marques, Rui Borges e Bino; Nuno Fonseca, Luisinho e Quim.

SUPLENTES: Ricardo, Artur Jorge, Miki, Jonas, Marquinho, Tiago e Cascavel.

SUBSTITUIÇÕES: Nuno Fonseca por Jonas (aos 75m), César Marques por Cascavel (aos 79m) e Rui Borges por Marquinho (aos 84m).

TREINADOR: Daniel Ramos


DISCIPLINA: Cartão amarelo para Freddy Adu (aos 28m) e para Binya (aos 42m).

MARCADORES: 1-0 por Rui Costa, aos 70m; 2-0 por Makukula, aos 87m.

Sem comentários: