quarta-feira, agosto 24, 2005

SPORTING FORA DA CHAMPIONS




O Sporting foi ontem afastado da próxima edição da Liga dos Campeões, pelos italianos da Udinese.
Depois da derrota por 0-1 de há 15 dias em Alvalade, os leões tinham ontem pela frente uma missão complicada mas não impossível. Mesmo tendo em conta que os italianos defendem como ninguém, o Sporting tinha todas as possibilidades de virar a eliminatória e conseguir entrada na mais prestigiada prova europeia de clubes.
Num estádio que embora não estivesse cheio, tinha um ambiente fantástico, os comandados de José Peseiro entraram muito mal na partida, muito por culpa da táctica idealizada pelo treinador. A colocação de Luís Loureiro como terceiro homem do centro da defesa e o adiantamento dos laterais, não trouxe nada de novo ao Sporting, antes pelo contrário, só trouxe ainda mais complicações. Raramente na "era Peseiro", os leões actuaram com três centrais, e sendo assim, torna-se demasiado arriscado optar por esta solução num jogo de tanta importância na vida do clube, não só no plano desportivo, como também na vertente financeira. Um equívoco!
Os italianos entraram então bem melhor no jogo, criando desde logo boas oportunidades de golo, algumas delas anuladas com foras-de-jogo mal assinalados pelo auxiliar do árbitro norueguês.
Foi com naturalidade que aos 22 minutos, a eliminatória ficava praticamente sentenciada. Iaquinta, isola-se na cara de Ricardo, ultrapassa o guardião português, e este, faz falta sobre o italiano. Iaquinta não caíu de imediato, tentou chegar à bola, mas quando se apercebe que já não a apanha, deita-se para o chão. O árbitro da partida assinala grande penalidade, decisão bastante polémica, mas no fim de contas acertada, visto que o contacto existe, e, muito embora o internacional italiano não tenha caído logo, o que diz a lei é que o árbitro tem 3 segundos pós-contacto para decidir. Optou pela marcação do castigo máximo, num lance discutível, mas aceitável.
Iaquinta voltou a bater Ricardo, à imagem do que já tinha feito no jogo da 1ª mão em Alvalade.
A partir daqui, os leões ficaram ainda mais "atarantados" e raramente conseguiram criar perigo.
E como se tudo isto já não bastasse, à passagem do minuto 35, Ricardo voltou a ter um lance muito infeliz: pontapé de canto do lado esquerdo do ataque italiano, marcado por Muntari, cabeceamento do central Natali, aparantemente sem perigo, mas Ricardo estirou-se tarde e quando estica as mãos para deter o esférico, deixa-o passar por baixo dos braços. Um frango monumental!
Os jogadores leoninos estavam completamente arrasados! Mas, quando se pensava que a Udinese iria construír um resultado confortável e, até, quem sabe, histórico, apareceu um lance, do melhor jogador do Sporting, Douala, a demonstrar que não estava para ali virado. Fez um dos seus sprints, e com o defesa na frente, flectiu para o meio e desferiu um remate rasteiro e cruzado, não dando hipótese a De Sanctis.
Faltavam poucos minutos para o intervalo, e o Sporting parecia poder recuperar algum fôlego. Mas em vão! Foi sol de pouca dura. O intervalo chegou e os italianos recolheram descansados aos balneários.
Para a segunda parte, José Peseiro fez duas alterações, lançando Edson e Deivid, para os lugares de Tello e Sá Pinto, na tentativa de alterar o rumo dos acontecimentos. O único benefício foi o aproveitar do pontapé canhão do lateral-esquerdo, que aconteceu duas ou três vezes, e pouco mais.
O Sporting tentava, tentava, mas sempre sem discernimento, sem fio de jogo, muito por culpa do meio campo, que ontem, ao contrário do que é habitual, não funcionou. Se é verdade que João Moutinho não sabe jogar mal, ontem esteve pouco interventivo, e sem o acompanhamento de Rochemback, que esteve bastante apagado.
O técnico leonino ainda lançou Pinilla a 10 minutos do fim, num último esforço e já em desespero, mas iria ser a Udinese a voltar a marcar e novamente por Iaquinta.
Mesmo em cima do apito final, reduziu o Sporting, por Pinilla, numa bola rechaçada à entrada da pequena area, após lance confuso entre De Sanctis e Liedson.
De nada valeria, visto que alguns segundos depois, terminaria a partida, e morriam as esperanças dos leões entrarem na Liga dos Campeões.
Fica a consolação da Taça Uefa, onde o Sporting tentará fazer melhor do que na temporada passada, onde chegou à final e perdeu com o CSKA Moscovo.
Boa arbitragem de Terje Hauge, por vezes mal auxiliado.



FICHA DE JOGO:



Com arbitragem do norueguês Terje Hauge, as equipas alinharam:

UDINESE – De Sanctis; Bertotto, Natali e Felipe; Zenoni, Obodo, Muntari (Mauri, 70 m), Vidigal e Candela; Di Natale (Barreto, 81 m); Iaquinta.

SPORTING – Ricardo; Rogério (Pinilla, 80 m), Polga, Beto e Tello (Edson, 46 m); Rochemback, Luís Loureiro e João Moutinho; São Pinto (Deivid, 46 m), Liedson e Douala.

Disciplina: cartão amarelo a Felipe (26 m), Candela (88 m) e Bertotto (90+2 m).

Marcador: 1-0 por Iaquinta (22 m); 2-0 por Natali (34 m); 2-1 por Douala (38 m); 3-1 por Iaquinta (90 m); 3-2 por Pinilla (90+1 m).

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