quarta-feira, abril 16, 2008

TAÇA DE PORTUGAL: FC PORTO BEM COMANDADO PARA O JAMOR









Está encontrado o primeiro finalista da Taça de Portugal, época 2007/2008. Sem grandes surpresas, o FC Porto apurou-se para o último e decisivo jogo da prova, ao vencer, sem margem para dúvidas, o sensacional Vitória de Setúbal, no Bonfim, por 3-0.
Não foi preciso, sequer, um super Porto, para carimbar o passaporte para o Jamor, já que, os sadinos nunca conseguiram ser a equipa com tanto potencial que demonstrou ser ao longo de toda esta temporada, e os comandados de Jesualdo Ferreira limitaram-se a fazer um jogo calmo, e tornar simples aquilo que poderia ser complicado.
Ainda que sem estar cheio, o Estádio do Bonfim recebeu uma excelente moldura humana, onde pontificavam, naturalmente, muitos adeptos sadinos, mas também muitos apoiantes do campeão nacional.
E quando muito gente esperava "uma noite à Vitória", foi o FC Porto que assumiu as rédeas do encontro, dominando por inteiro o jogo, o seu adversário, os espaços ocupados, a posse de bola, enfim, quase tudo... À medida que o tempo passava, adivinhava-se o golo dos azuis-e-brancos, que no entanto só apareceria perto do intervalo, na sequência de um pontapé de canto apontado por Raúl Meireles do lado esquerdo, e com total infelicidade para Jorginho, que, ao segundo poste, inadvertidamente desvio o esférico para a sua própria baliza. Estava consuma em golo, a superioridade dos forasteiros, embora antes disso, tivessem existido dois lances que irritaram muito os sadinos, e em que Pedro Proença se terá equivocado: Paulo Assunção teve uma entrada duríssima sobre um adversário, e o cartão vermelho seria, porventura, a medida mais lógica a tomar pelo árbitro do encontro. Assim não aconteceu, e como se isso não bastasse, minutos depois, nova queixa dos da casa, protestanto contra uma eventual grande penalidade não assinalada pelo juíz lisboeta, num lance onde Fucile parece derrubar Leandro, com um empurrão pelas costas, dentro da grande área.
Talvez devido a estes lances, os ânimos exaltaram-se na recolha para os balneários, em tempo de intervalo, o que provocou a expulsão de Carlos Carvalhal, ficando o Vitória a ser comandado durante toda a segunda parte pelo adjunto Carlos Cardoso.
E talvez quando se esperasse uma resposta mais capaz dos sadinos, eis que não quando o Porto continua dono e senhor do encontro, continua a praticar futebol muito agradável, não permitindo quaisquer veleidades ao adversário, e procurando o segundo golo, que lhe desse uma vantagem mais segura, o que acabaria por acontecer à passagem do minuto 51, quando Lucho González aparece em zona de finalização, e aproveita um erro de Eduardo para introduzir a bola na baliza fazendo o 0-2.
Estavam decorridos apenas 6 minutos da segunda parte, e o Vitória de Setúbal baixou os braços, dando ideia de que a derrota seria um dado consumado, permitindo ainda mais que o Porto jogasse a seu bel-prazer, construíndo muitas oportunidades para ampliar a vantagem, o que viria a acontecer poucos minutos depois, e novamente por intermédio do homem do jogo, "El Comandante", Lucho González. O internacional argentino aproveitou um espaço livre de terreno à entrada da área sadina, progrediu alguns metros, e depois atirou colocado, para o lado direito da baliza de Eduardo, que, desta vez, nada podia fazer para impedir que as suas redes fossem de novo violadas.
Estava contada a história do jogo, sendo que daí até final os campeões nacionais tiveram ainda mais uma mão cheia de ocasiões para ampliar a vantagem, mas nunca conseguiram aumentar o placard. O Setúbal, apenas a espaços chegava à baliza de Nuno Espírito Santo, quase sempre através de iniciativas individuais de Cláudio Pitbull, mas nunca consegui incomodar à séria, o eterno suplente de Hélton.
Resultado perfeitamente justo, e até escasso, num jogo onde Pedro Proença não esteve ao seu melhor nível, com alguns lances, no mínimo, discutíveis, e sempre em prejuízo dos sadinos.


FICHA DE JOGO:

Estádio do Bonfim, em Setúbal

ÁRBITRO: Pedro Proença, de Lisboa

VITÓRIA DE SETÚBAL: Eduardo; Janício, Robson, Auri e Jorginho; Sandro, Ricardo Chaves e Elias; Bruno Gama, Leandro Branco e Cláudio Pitbull.

SUPLENTES: Milojevic, Hugo, Adalto, Bruno Ribeiro, Filipe Gonçalves, Paulo Roberto e Bruno Severino.

SUBSTITUÇÕES: Ricardo Chaves por Filipe Gonçalves (57), Leandro Branco por Bruno Severino (57) e Bruno Gama por Paulo Roberto (74).

TREINADOR: Carlos Carvalhal


FC PORTO: Nuno; Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Fucile; Paulo Assunção, Raúl Meireles e Lucho González; Ricardo Quaresma, Tarik Sektioui e Lisandro López.

SUPLENTES: Ventura, João Paulo, Lino, Kazmierczak, Mariano González, Adriano e Ernesto Farías.

SUBSTITUIÇÕES: Tarik Sektioui por Ernesto Farías (74), Ricardo Quaresma por Mariano González (79) e Paulo Assunção por João Paulo (82).

TREINADOR: Jesualdo Ferreira

DISCIPLINA: Cartão amarelo a Sandro (21), a Jorginho (36) e a Elias (67); a Paulo Assunção (9), Ricardo Quaresma (49) e a Pedro Emanuel (90). Carlos Carvalhal recebeu ordem de expulsão ao intervalo.

MARCADORES: 0-1, por Jorginho (37, na própria baliza); 0-2, por Lucho González (51); 0-3, por Lucho González (60).

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