Numa rápida passagem pelos jogos das meias-finais da Uefa, confesso que fiquei impressionado com as prestações das equipas forasteiras, no caso, Fiorentina e o sensacional Zenit que continua a surpreender essa Europa fora. Pelo que vi, diria que a haver vencedores em qualquer dos jogos, teriam que ser os conjuntos visitantes e não os visitados.
Começando pelo jogo de Glasgow, creio que a Fiorentina, um pouco à imagem do Sporting, trouxe um resultado positivo, muito embora tenha ficado com a sensação que esse mesmo resultado poderia ter sido ainda melhor. Qualquer resultado na segunda mão que não permita a passagem da Fiorentina à final seria para mim uma surpresa. Mais, acho inacreditável se uma equipa tão fraca como o Rangers conseguir ultrapassar mais este obstáculo. Reconheço algum mérito ao clube escocês pela garra com que se entrega ao jogo e pela forma unida como defende mas daí a dizer que tem futebol para chegar a uma final europeia vai uma enorme distância.
Ainda em relação a este conjunto italiano, o que salta à vista é a forma como se desdobra no terreno, nomeadamente nas transições ofensivas. Apesar da força do colectivo ser a nota dominante, há 3 jogadores que me fascinam profundamente: Gobbi, lateral esquerdo, Kuzmanovic, médio centro (20 anos, internacional sérvio) - que ainda há pouco tempo tinha dado nas vistas frente a Portugal - e Mutu que tanto pode jogar atrás do avançado como a ala esquerdo, posição que desempenhou neste jogo, sendo que o romeno fugia muitas vezes para zonas interiores permitindo a Gobbi fazer todo o flanco e efectuar inumeros cruzamentos venenosos, aspecto que é, quanto a mim, um dos seus pontos mais fortes e que fazem dele um lateral esquerdo com capacidade para jogar nas melhores equipas da Europa.
Em suma, para Florença espero uma equipa da Fiorentina muito atrevida e com muita posse de bola enquanto que o Rangers vai fazer o jogo que fez em Alvalade, ou seja, muito defensivo e com Darcheville na frente "à pesca". Os italianos são super favoritos e, espero eu, vão certamente mandar para casa uma equipa que não tem a mínima qualidade para estar onde está.
Olhando para o jogo de Munique, confesso que fiquei (mais uma vez!) maravilhado com a qualidade destes russos. A segunda parte do Zenit foi fantástica e com um pouco mais de frieza na hora da finalização, os danos até poderiam ter sido maiores para as redes de Kahn e Rensig (rendeu Kahn aos 67 minutos). Desde logo, há dois jogadores para outros vôos: o extremo esquerdo Arshavin e o avançado (jogador que está na imagem) Progrebniak que, digo eu, vai render muito dinheiro aos russos num futuro muito próximo. Ainda em relação a este último, é uma espécie de Zlatan Ibrahimovic já que sendo alto e muito forte fisicamente, tem capacidade técnica, tem um poderoso remate quer com o pé esquerdo quer com o direito (um pouco ao estilo de Sokota) e tem ainda a particularidade de ser muito forte no jogo aéreo. Correndo o risco de me precipitar, apetece-me dizer que está ali um jogador com capacidade para jogar numa grande equipa europeia, um pouco à imagem do "nosso" Lisandro Lopez.
Mesmo com o empate com golos em Munique, seria arriscado dizer que o Zenit parte como favorito para o jogo da segunda mão. Apesar de tudo, estamos a falar de um colosso europeu, o Bayern, equipa recheada de estrelas. Além disso, há dois pormenores que me parecem importantes: na Rússia o Bayern vai poder contar com Luca Toni que falhou este jogo devido a castigo e é só o melhor marcador da Taça Uefa; e, outro aspecto a ter em conta, houve 3 titulares indiscutíveis no Zenit que viram amarelo e vão falhar a segunda mão (um deles é, precisamente, Arshavin que está para o Zenit como Simão estava para o Benfica). Portanto, tudo em aberto sendo que o Bayern ainda tem uma forte palavra a dizer.
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