terça-feira, julho 10, 2007

COPA AMÉRICA: Brasil supera Uruguay nas grandes penalidades



PABLO GARCIA NÃO QUIS... SEGUIU O BRASIL PARA A FINAL!

URUGUAI 2-2 BRASIL*
*(4-5 nas grandes penalidades)



Está encontrado o primeiro finalista da Copa América 2007. Acabou por vencer a lógica se bem que o Brasil, muito sinceramente, não merecia tal prémio. Para quem não viu o jogo, pode basear-se nas estatisticas finais do mesmo para rapidamente chegar à conclusão que houve muito pouco Brasil nesta semi-final. Ora, tivemos 8 cantos a favor do Uruguai enquanto que o Brasil apenas teve 1; tivemos 8 remates uruguaios à baliza de Doni para apenas 3 dos brasileiros. Se todos estamos de acordo que a selecção treinada por Dunga é muito melhor que o mediano Uruguai, a verdade é que nesta madrugada não vimos nada disso, aliás, muito pelo contrário.

ENTROU MELHOR O BRASIL...

Não há duvida que o Brasil entrou forte neste jogo. Exercendo uma pressão alta, o escrete dominou os primeiros 15 minutos de jogo e bem cedo se encontrou na posição de vencedor. Maicon, como tanto gosta, incorporou-se no ataque e foi feliz já que aproveitou da melhor forma um ressalto de bola proveniente de uma defesa de Carini a remate de Mineiro.
Coincidência ou não, o que é certo é que a partir do golo, o Brasil recuou as linhas e deu a iniciativa de jogo ao Uruguai. A ideia talvez passasse por jogar em contra-ataque. Robinho está em grande forma e com espaço poderia causar danos. O problema é que neste jogo o jovem jogador do Real Madrid esteve muito apagado. Ora, num sistema tão defensivo (3 trincos), pedir a Julio Baptista ou Wagner Love para resolverem na frente é efectivamente pedir muito.
Quem aproveitou a pobreza do futebol brasileiro foi o Uruguai que, de forma organizada, começou a soltar-se no campo e a incomodar Doni. Por duas vezes valeu o guarda-redes da Roma que negou literalmente a igualdade a Forlan e Recoba.
O Uruguai estava melhor e foi sem surpresa que chegou à igualdade. Na transformação de um canto, a bola sobrou para Diego Forlan que, mais ou menos na zona de penalty, rematou forte, rasteiro e colocado, não dando hipóteses a Doni. Estava feito o empate, resultado mais que justo para aquilo que o Uruguai tinha feito após encontrar-se em desvantagem.
Após a igualdade, voltámos a ter um jogo mais equilibrado e mais morno. Curiosamente, quando este se encaminhava para o intervalo, num lance de bola parada e aparentemente inofensivo, Julio Baptista, com alguma felicidade, fez o segundo do Brasil e colocou a canarinha em vantagem, algo inesperado mas bastante saboroso para os de Dunga.

Na etapa complementar, o Brasil voltou a cometer o mesmo erro que havia feito na primeira parte. Aparentemente satisfeito com o resultado, o escrete praticamente abdicou de atacar e defendeu a vantagem mínima como pôde. É verdade que o Uruguai, apesar de dominador, não teve grandes ocasiões para marcar, mas o que é certo é que no segundo tempo foram a única equipa que realmente procurou chegar ao golo. Confesso que nunca na minha vida tinha visto um Brasil tão defensivo e tão sem chama ao nível ofensivo. Robinho não esteve em campo, Julio Baptista não é jogador para fazer de "10", Wagner Love é um razoável avançado e a tripla Mineiro/Josué/Gilberto Silva não tem nem nunca terá qualquer tipo de qualidade na criação de jogo ofensivo.
Com efeito, numa jogada bem delineada pelo flanco esquerdo, Fucile (um dos melhores em campo) lançou Cristian Rodriguez, este foi à linha de fundo e tirou um cruzamento perfeito para a cabeça de Forlan. O avançado do Atlético de Madrid penteou a bola ao primeiro poste e, no segundo poste, apareceu el "louco" Abreu que facilmente introduziu a bola no fundo das redes de Doni. Estava feita justiça, Dunga via-se finalmente obrigado a jogar ao ataque, isto se pretendesse evitar as grandes penalidades.

Novamente em igualdade no placar, Dunga finalmente tirou Josué e Julio Baptista em troca de alguma criatividade. Entraram para os seus lugares o desconhecido Fernando Menegazzo (médio) e Diego. Mais tarde haveria de entrar Afonso Alves para o lugar de Wagner Love. Foram estas as alterações de Dunga, todas elas sem resultados praticos dado que o Brasil esteve sempre muito apático em campo e muito receoso em tomar a iniciativa do jogo. A dado momento, fiquei mesmo com a sensação que o Brasil estava mais interessado em ir para penalties e apostar na segurança de Doni, guarda-redes de elevada estatura, do que propriamente tentar acabar com o jogo antes do minuto 90.

A SORTE FOI AMARELA E VERDE...

Nas grandes penalidades, mais uma vez, tivemos um Brasil bafejado pela fortuna. O Brasil começou as penalidades com alguma vantagem já que o Uruguai foi o primeiro a falhar mas, a dado instante, o Brasil falhou por duas vezes por intermédio de Afonso Alves e Fernando, permitindo a Pablo Garcia, em caso de conseguir converter o castigo máximo, colocar o Uruguai na final da Copa. Pois, o futebol tem destas coisas e o médio defensivo enviou a bola ao poste.
Na série seguinte, quem falhasse perdia e Lugano, o capitão, permitiu a defesa a Doni que foi a grande figura desta partida.

O Brasil está na final da copa américa e espera agora México ou Argentina. Uma coisa é certa, se o escrete se exibir a este nível, tenho sérias duvidas que conquiste o torneio.

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