terça-feira, julho 03, 2007

Copa América: Sem surpresas no Grupo C



ARGENTINA E PARAGUAI VENCEM E SEGUEM EM FRENTE!

ARGENTINA 4-2 COLOMBIA

- Riquelme, com dois golos, foi a grande figura de uma Argentina a meio gás

PARAGUAI 3-1 ESTADOS UNIDOS

Oscar Cardozo assistiu e marcou na vitória do Paraguai frente aos Estados Unidos

Argentina e Paraguai venceram os seus compromissos relativos à segunda jornada da Copa. A selecção de Oscar Cardozo foi a primeira a entrar em campo. Relativamente ao jogo, apetece-me dizer que foi esquisito. O Paraguai apresenta um futebol pouco harmonioso e até nada atraente mas profundamente eficaz. Baseando-se num forte sistema defensivo, a equipa transita para o ataque através do uso, diria, excessivamente directo e onde o benfiquista Oscar Cardozo é a principal referência.

Numa breve análise ao reforço do Benfica, confesso que gostei de alguns pormenores do Tacuara, nomeadamente o seu forte jogo aéreo, a simplicidade com que joga de costas para a baliza em que sabe dominar e depois entregar a bola aos colegas que aparecem de trás e também o sentido de baliza já que não pede licença para rematar. Fez um golo e uma assistência o que, a meu ver, é suficiente para sair deste jogo com nota positiva.

Ainda em relação a Cardozo, tenho a dizer que parece-me que o sistema de jogo com que o Paraguai alinha não é de todo o mais favorável para as características do Tacuara. Santa Cruz, por exemplo, beneficia muito mais deste estilo de jogar em que Cardozo ganha bolas de cabeça e abre espaços para, vindo de trás, Santa Cruz embalar para o golo. Estou curioso em saber como Cardozo vai encaixar no Benfica, sabendo que o sistema de jogo actual é de 4-4-2 losângo. A exploração das alas só é feita através de Simão ou dos laterais o que significa que o futebol pelo chão é mais usual do que propriamente o aéreo. Talvez num sistema com Simão e Coentrão (bela exibição nos sub-20!) nas faixas laterais fosse o ideal para um jogador como o paraguaio.

Quanto ao jogo, à imagem do que foi o Argentina - Colombia, apesar de ter havido golos, algo que tem sido apanágio na presente Copa América, o jogo foi morno e, salvo uma ou outra jogada mais vistosa, a partida não teve grandes motivos de interesse.
O Paraguai acabou por vencer porque defendeu melhor e soube aproveitar as poucas ocasiões de golo que teve. Já os Estados Unidos, até me pareceram mais rápidos nas trânsições mas revelaram-se demasiado ingénuos na finalização.

ARGENTINA PASSEOU FRENTE À COLOMBIA...

O segundo jogo do dia trouxe-nos um Argentina - Colombia. Sinceramente, esperava mais da selecção celeste, isto apesar de ter dominado completamente o encontro. É certo que entrou praticamente a perder, também é verdade que a Colombia quando reduziu o placar para 3-2 chegou a assustar mas, para ser honesto, a Argentina nunca sentiu a vitória em perigo. Diria que quando foi preciso carregar no acelerador, a selecção treinada por Basile fê-lo. Se fosse preciso marcar mais golos, estou plenamente convencido que Messi e companhia tratavam do assunto.

Começando pelo sistema de jogo apresentado pela Argentina, fico com a sensação que não é o mais apropriado, isto se olharmos para o plantel que está presente na Copa. Deixar, por exemplo, Carlos Tevez no banco parece-me um crime, isto se tivermos em linha de conta que Basile aposta no quase veterano Juan Veron. Não há dúvida que Veron é um jogador que trata a bola com requinte mas, no meu entender, já não é jogador para ser titular da selecção argentina, sabendo que jogadores como Pablo Aimar ou Lucho Gonzalez ficam no banco para o ver desempenhar exactamente os mesmos papeis.
No meu ponto de vista, fico com a sensação que a Argentina ganharia muito mais se utilizasse um sistema de 4-3-3, com Mascherano e Cambiasso a funcionarem como médios mais defensivos; Juan Riquelme actuaria na posição "10"; Messi e Tevez jogavam nas alas, sendo que com liberdade para andar por terrenos mais interiores; Crespo seria o homem-golo, sendo que, com mais gente no ataque e, claro está, a explorar as alas, o seu futebol poderia ser ainda mais perigoso.

Quanto ao jogo, a Colômbia entrou praticamente a ganhar mas nada que assustasse os argentinos. Hernan Crespo, na transformação de uma grande penalidade muito duvidosa, fez o empate poucos minutos depois. Crespo saíu mesmo lesionado depois de bater o castigo máximo, entrando para o seu lugar o muito cobiçado Diego Milito.
Apadrinhando o Campeonato do Mundo de Vela, foi num ritmo de passeio que a Argentina chegou rapidamente à posição de vencedor. Riquelme, o melhor da sua selecção a par de Lionel Messi, fez de cabeça e de livre directo o segundo e terceiro golos da Argentina, resultado com que chegámos ao intervalo.

Na etapa complementar, o ritmo do jogo não se alterou. A Argentina, quase a passo, trocava a bola como queria e só Messi, com a sua velocidade e criatividade, mexia realmente com o jogo.
A forma mole com que a Argentina actuou no segundo tempo foi bem castigada com um segundo golo colombiano que naturalmente obrigou os argentinos a correr mais. Diego Milito ameaçou primeiro e marcou depois o 4-2, resultado com que chegámos ao final da partida.

A Argentina marcou 8 golos em dois jogos, a Colômbia sofreu 9 em tantas partidas. É caso para dizer que está tudo dito em relação à diferença de potencial destas duas selecções.

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