terça-feira, julho 24, 2007

Mundial Sub-20



Terminou este passado domingo mais um mundial de futebol, desta feita, na categoria de sub-20. Como é sabido, Portugal acabou por ter uma prestação decepcionante, diria até, mais vergonhosa do que aquela registada pelos sub-21 na Holanda.
A Argentina acabou (justamente) por ser o grande vencedor deste torneio depois de ter derrotado com alguma dificuldade a República Checa, uma equipa mais fraca sob ponto de vista técnico, mas, bastante forte no plano físico.

Pelo que me foi dado a aperceber em alguns jogos que assisti, me parece que há efectivamente muita matéria prima de qualidade para o futuro próximo. Argentina, Espanha, Chile e Brasil mostraram possuir jogadores de grande qualidade. Vamos aos nomes:

Começando pela selecção campeã, destaco desde logo o já bem conhecido Sergio Aguero, avançado do Atlético de Madrid. Para mim, muito honestamente, creio que foi o melhor jogador deste campeonato. Qualidade técnica fabulosa, muita mobilidade e grande capacidade em jogar de costas para a baliza são os principais atributos deste atleta. Não é por acaso que já é titular de um dos mais conceituados clubes espanhois.
Ainda nos argentinos, destacam-se o guarda-redes Sergio Romero, recentemente contratado pelo AZ Alkmaar. Alto, bom entre os postes, mostrou serenidade e confiança aos seus companheiros; no sector defensivo, Cahais, capitão de equipa, mostrou raça e determinação na forma como discute todos os lances; no meio-campo, Ever Banega, número 5, foi, sem dúvida, um dos pilares desta equipa. Fabuloso na forma como lê o jogo, tem a capacidade para defender bem e construir todo o futebol ofensivo da equipa. Foi preponderante no triunfo da sua selecção.
Ainda em relação à argentina, não nos podemos esquecer do pequenino Maxi Moralez. Uma formiguinha que mostrou qualidade técnica e velocidade de execução de grande nível.

Passando pelas outras selecções, outros nomes merecem destaque. Na Espanha temos Adrian Lopez, Capel ou Javi Garcia como referências. Adrian Lopez é um avançado com os olhos postos na baliza. Não é um tecnicista puro mas é extremamente objectivo na abordagem que faz aos lances perto da área. Depois, na extrema esquerda temos Capel. Em certos pormenores, faz lembrar Paulo Futre. Com a bola sempre colada ao pé esquerdo, Capel faz dos dribles curtos a sua príncipal arma. Por vezes exagera nas suas acções mas, ainda assim, é um jogador bastante rápido e muito difícil de parar.
No meio-campo, salta à vista a qualidade de Javi Garcia. É uma espécie de Iniesta, sendo que possui uma meia-distância porventura mais forte que o jogador do Barcelona. Qualidade de passe e inteligência na organização de jogo fazem deste jovem espanhol um valor seguro para o futuro da sua selecção.

No Brasil, Alexandre Pato é sem dúvida a grande figura deste Brasil muito habilidoso mas pouco imaginativo. Não há dúvida que praticamente todos os jogadores tratam a bola por tu mas, quase sempre, exageram nas suas acções individuais. Depois, na questão defensiva, os brasileiros deixam muito a desejar. Os laterais atacam muito mas defendem mal; no meio-campo, Ji Paraná, Leandro Lima e Willian são nitidamente jogadores com mais olho para atacar do que propriamente para defender.

Finalmente, a selecção chilena. Confesso que foi, na minha opinião, a selecção que praticou melhor futebol ao longo de toda a prova. É verdade que a Argentina venceu o torneio mas, a meu ver, só o conquistou porque demonstrou mais experiência e inteligência em momentos chave. A selecção chilena pecou pela ansiedade dos seus jogadores em quererem ganhar e pelos excessos que porventura tiveram no jogo crucial frente à Argentina.
Contudo, independentemente disso, mostraram um futebol de grande qualidade. Mauricio Isla, Alexis Sanchez, Arturo Vidal e Mathias Vidangossy são nomes que vamos ouvir seguramente falar nos próximos tempos. Isla é um jogador fabuloso e, desde logo, traria mais qualidade à equipa do Benfica. Rapidez de execução e polivalência são imagens de marca deste atleta. Sanchez, Vidal e Vidangossy são as unidades ofensivas deste conjunto. Todos juntos trazem magia e qualidade ao ataque chileno.


Portanto, podemos dizer que foi muito produtivo este campeonato do Mundo de sub-20 com jovens jogadores de grande qualidade.

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