quarta-feira, novembro 07, 2007

Adeus Champions (e provavelmente Uefa)


CELTIC 1-0 BENFICA



Custa muito perder contra uma equipa com tão pouco futebol. O Celtic é uma equipa tipicamente inglesa, joga pontapé para a frente quando não está a ganhar e, em posição de vencedor, explora o contra-ataque através da rapidez do seu ala McGeady ou das diagonais de McDonald. Com sorte (no golo) ou não, a verdade é que o Celtic acabou por justificar o triunfo já que foi um conjunto pragmático e foi mais equipa a partir do momento que, imerecidamente, chegou à vantagem.
Não há dúvida que o Benfica fez uma excelente primeira parte. Aqueles 20 minutos iniciais só não foram sublimes porque, efectivamente, a bola não entrou. Recordo-me de duas grandes oportunidades que Boruc negou a Cardozo de forma extraordinária. Teria sérias dúvidas que o Celtic tivesse argumentos caso se encontrasse em posição de desvantagem no marcador.
A partir dos vinte minutos, o Celtic equilibrou a partida. Scott McDonald ganhou todos os lances (até de cabeça) a Edcarlos e revelou apontamentos de ponta-de-lança já que, ao mínimo espaço, rematava quer com o pé esquerdo, quer com o direito. Nessa altura, valeu Quim, sempre atento e bem colocado entre os postes.
Mesmo tendo dois ou três remates perigosos, percebia-se que o Benfica estava por cima, controlava o jogo a meio-campo e, com um bocado mais de paciência, poderia tranquilamente chegar à vantagem. Sentia-se. portanto, que a jogar da forma como os "encarnados" estavam a actuar, só num lance de bola parada ou numa situação de mera felicidade é que poderiam chegar ao intervalo a perder. E foi isso que precisamente aconteceu. Aos 41 minutos, McGeady, o melhor em campo, apanhou a bola no flanco esquerdo, sendo destro, veio para dentro e, de pé direito, rematou e teve a felicidade da bola bater em Luisão, traindo inapelavelmente Quim. Estava feito o primeiro, num lance caricato e que penalisava muito o conjunto português que entretanto havia calado aquele sensacional público.

No segundo tempo, o Benfica, de forma incompreensível até, não conseguiu reagir. Se no primeiro tempo, o controle do jogo a meio-campo foi uma realidade vermelha, nesta segunda parte, o Celtic teve mais posse de bola e, inclusivé, mais liberdade para trocar a mesma no meio-campo benfiquista. Quando o Benfica se mostrava mais perto da área dos "católicos", estes, recuavam em bloco e, de forma muito inteligente, exploravam o contra-ataque com os tais dois jogadores rápidos que referi anteriormente. Nesse sentido, a estratégia dos de Glasgow acabou por resultar e, como tal, acabaram por vencer de forma justa o jogo.
Há muitos factores que explicam esta paupérrima segunda parte do Benfica. Em primeiro lugar, tal como referi, mérito para o Celtic. Não há dúvida que esta equipa é muito matreira quando está em posição de vencedora. Não é por acaso que poucas equipas conseguem ganhar em Glasgow. Defendem bem, sabem dar a iniciativa de jogo ao adversário e sabem matar o jogo em contra-golpe. Nesta etapa complementar, diria que nem foi preciso muito fazer valer desta estratégia já que, repito, o Benfica nem sequer teve muita bola nesta fase e, quando a tinha, preferia jogar de forma directa - sendo que nos últimos 15 minutos estavam em campo Di Maria, Nuno Gomes e Bergessio -, algo que obviamente facilitava a tarefa aos defesas contrários.
Outro dos motivos foram as substituições. Di Maria, Bergessio e Nuno Gomes não trouxeram rigorosamente nada ao jogo. Aliás, não sei se os dois últimos tocaram mais que 3 vezes na bola. Ora, se concordei com a troca de Di Maria por Maxi (percebi o facto de Camacho não querer colocar o uruguaio a lateral já que tinha amarelo), as duas últimas substituições demonstraram uma total falta de ambição. Percebo que Rui Costa tivesse desgastado. Mas neste jogo, e atendendo à forma como o Celtic trabalha a meio-campo, ou seja, sem pressão e com apenas duas unidades, creio que não se exigia um "maestro" de grande capacidade física e, como tal, o Rui Costa que viamos em claro decréscimo de rendimento, ainda era o mais esclarecido. Quanto a Cardozo, sinceramente não percebi, ainda por mais sabendo que para o seu lugar entrou a nulidade Bergessio. O paraguaio não foi feliz, desperdiçou algumas ocasiões de golo, uma delas de forma incrível num cabeceamento a rasar o poste mas, ainda assim, aparecia a espaços e, tendo um pé esquerdo daqueles, poderia do nada aparecer e ajudar a equipa.
Finalmente, dois aspectos que já não são novos e que prejudicaram claramente a equipa. Em primeiro lugar, a aberração chamada Luis Filipe. É incrível como é que Camacho continua a apostar num jogador como estes. Mandou dois ou três "charutos" para o ar, qual distrital; não ganhou quase nenhum lance a McGeady; em termos ofensivos não trouxe nada à equipa; foi, mais uma vez, o pior jogador em campo e foi decisivo para a balança pender para o outro lado. Aliás, não foi por acaso que McGeady, que havia jogado na Luz a extremo direito, foi colocado por Gordon Strachan na ponta esquerda. O "ourinho" estava ali.
Em segundo lugar, apetece-me falar de Bynia. Não há dúvida que foi e vai seguramente continuar a ser importante para este Benfica mas não pode ter as entradas que tem vindo a ter ultimamente. Alguém por parte da equipa técnica tem de ensinar o jovem camaronês a não ter estes comportamentos em campo. Já frente ao Marítimo podia ter sido expulso e, ontem, a entrada "a matar" sobre o jogador do Celtic é arrepiante, podendo mesmo ter partido a perna a um companheiro de profissão. A sua expulsão prejudicou o Benfica, isto apesar de, nessa altura do jogo, já não se perspectivar nada de especial.

Em suma, o resultado acabou por ser bastante penalisador para o Benfica já que, pelo que demonstrou na primeira parte, podia muito bem ter saído de Celtic com um resultado bem mais agradável até que o próprio empate. Como não marcou primeiro, o Benfica acabou por ter de correr atrás e, aí, o Celtic foi mais inteligente e acabou por ser superior.
Contas feitas, o Benfica desceu novamente ao último lugar do grupo e precisa agora de um milagre para continuar na Europa, quer por via Uefa, quer por via Champions.

PS: O Milão até deu uma ajudinha ao Benfica ao vencer o Shakthar, ajuda essa que não foi aproveitada...

CLASSIFICAÇÃO:

1º Milão 9 PONTOS
2º Shakhtar 6
3º Celtic 6
4º Benfica 3

Próximas jornadas:

Benfica - Milão
Celtic - Shakthar

Milão - Celtic
Shakthar - Benfica

CONTAS PARA O SEGUNDO LUGAR:

- Ganhar os dois jogos e esperar que o Shakhtar não ganhe em Glasgow (o empate era o ideal). Obviamente que o Milão teria que fazer o seu papel na última jornada.

CONTAS PARA O TERCEIRO LUGAR:

- Fazer 4 pontos nestes dois últimos jogos e esperar ou que o Celtic perca os dois jogos, ou então que seja o Shakthar a perdê-los, sendo que, nesse caso, o Benfica teria necessariamente de vencer na Ucrânia.

1 comentário:

Anónimo disse...

alguem me pode explicar aquele livre directo à entrada da área? para quê tantas punhetas à bola?
Na outra vez demos e levámos 3. Agora ganhámos e perdemos um a zero. Que malapata