segunda-feira, outubro 29, 2007

OLHO CLÍNICO


Equipa da Semana: PSV (plantel)



Treinado pelo nosso bem conhecido Ronald Koeman, o PSV possuí um plantel de grande qualidade e em quantidade, o que permite ao técnico holandês a tal rotatividade que tão importante é em equipas que estão inseridas em várias competições.
Como já veremos mais à frente em grafismo, muitas são as opções de Koeman, algo que possibilita ao técnico utilizar dois sistemas (4-4-2 ou um falso 4-3-3) consoante o adversário. O que é certo é que Koeman raramente repete um onze e a verdade é que a equipa mantém-se estável e confortável no primeiro lugar na Eredivisie (ver classificação
aqui).
A nível da Liga dos Campeões, apesar de estar no 3º lugar do grupo com apenas 4 pontos, dois pontos apenas separam o clube holandês do primeiro classificado, no caso, o Inter de Milão. Portanto, tudo em aberto.

A EQUIPA:

- Como já referi, é muito difícil apresentar um "onze" ideal deste PSV. Há efectivamente jogadores mais utilizados que outros mas, com tanta qualidade à disposição, é difícil para Koeman não rodar a equipa. Ainda assim, pudemos verificar que, nos jogos teoricamente mais difíceis, Koeman prefere utilizar um 4-4-2. Por sua vez, em encontros onde o PSV é claramente favorito, por norma o ex-treinador do Benfica opta por um 4-3-3 que muitas vezes é mesmo um 4-2-4.

Vejamos então como se dispõe esta equipa em campo:



PONTOS FORTES DO PSV NESTE SISTEMA:

- Melhor organização defensiva. O meio-campo, com Culina (jogador de grande qualidade) a jogar um pouco à imagem de Lucho González no Porto, torna-se mais coeso. Culina joga como interior direito, aparece muito bem nos espaços vazios e tem ainda a capacidade de recuperar muitas bolas e ajudar Simon nas tarefas defensivas. É fundamental no sistema de Koeman em jogos de grau de dificuldade elevado.

- Farfán na frente no lugar de Koevermans. Nos jogos da liga, Koevermans é quase sempre a opção para a frente de ataque, fazendo dupla com o indiscutível Lazovic. O problema é que Koevermans é um jogador pesado, lento e o seu futebol só tem produtividade dentro da área. Ora, para jogar fora ou contra equipas de valia igual ou superior ao PSV, Koeman opta quase sempre pela velocidade do peruano Farfán. A equipa ganha rapidez, ganha força ao nível do contra-ataque e, um aspecto também relevante, o facto de Farfán cair muitas vezes nas costas dos laterais adversários, faz com que os mesmos tenham maior receio em atacar.



Aqui está um 4-3-3 algo diferente daqueles que estamos habituados a ver. Tal como podem verificar, em ambos os sistemas, Koeman não abdica do quarteto defensivo mais o trinco. Poderão variar os jogadores (Manuel da Costa, Alcides e Marcellis também costumam ser opção mas, ao contrário do que é habitual em equipas holandesas, aqui não há espaço para o tal sistema de 3 defesas.

É, no entanto, ao nível do meio-campo e do ataque que reside a grande diferença neste sistema. Particular atenção para Perez e Lazovic. Kenneth Perez é um organizador de jogo por excelência. Joga muito bem nas costas do ponta-de-lança e tendencialmente procura na esquerda espaços vazios para fugir à marcação dos defesas. O facto de ser forte fisicamente e relativamente alto, tem-lhe permitido fazer alguns golos quer com o pé quer até mesmo com a cabeça.
Relativamente ao sérvio Lazovic, confesso que é um jogador que eu admiro bastante. Não é um verdadeiro matador mas é daqueles jogadores que qualquer treinador gosta de ter já que tanto joga na frente de ataque como consegue cair nas alas e desequilibrar, dado que possui alguma qualidade técnica. Ora, neste (falso) sistema de 4-3-3, Lazovic é muito importante já que, ao contrário do extremo que joga na direita (Farfán), este prefere fazer movimentos diagonais sempre em direcção à área. Com efeito, a equipa, muitas vezes, vê-se a jogar com um ala direito e dois avançados (Koevermans/Lazovic), algo que permite a Perez aproveitar a faixa esquerda.
É, portanto, um sistema enganador e que causa enormes problemas às defesas contrárias. Koeman joga muitas vezes desta forma e os resultados estão à vista. Muitos golos marcados, poucos sofridos e, mais importante que isso, a liderança na tabela classificativa.

NOTAS FINAIS:

Pelo exposto, podemos verificar que há efectivamente qualidade nesta equipa do PSV. Não é tão técnica como o Ajax mas é muito mais equipa que o seu maior rival. É-nos difícil escolher a grande figura desta equipa já que não há um jogador que se destaque sob ponto de vista individual. Talvez Aissati seja o jogador mais dotado sob ponto de vista técnico mas, como se pode constatar, nem isso faz com que este seja um titular deste PSV.

Na Liga dos Campeões, estou convencido que ficaram num grupo muito forte já que Fenerbahce, Inter de Milão e CSKA de Moscovo são equipas que já mostraram esta época terem valor mais que suficiente para fazer coisas boas na Champions. Ainda assim, estou convencido que o PSV vai seguir em frente na prova dado que tem uma equipa experiente e já habituada a esta competição.


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