O Benfica escreveu ontem mais uma página de ouro no seu glorioso historial. Os encarnados carimbaram a passagem aos quartos-de-final da Liga dos Campeões após uma vitória clara e inequívoca em casa do actual detentor do troféu. Depois do importante triunfo alcançado na primeira mão, em Lisboa, por uma bola a zero, os campeões de Portugal foram ao inferno de Anfield Road vencer os "reds" de Liverpool, com dois golos sem resposta.
Se muita gente pensava que o Benfica não teria tarefa fácil na cidade dos Beatles, se ainda havia "meio mundo" a duvidar das capacidades da turma da Luz, a prova foi a mais esclarecedora possível!
É óbvio que o Benfica teve a sorte do jogo, é claro que duas bolas no poste são momentos de felicidade, sem dúvida que Moretto e os seus companheiros da defensiva tiveram, a espaços, que se aplicar a fundo para manterem as redes invioláveis. Mas também não é menos verdade que a sorte protege os audazes, protege os campeões. E a verdade é que o Benfica mereceu essa sorte, já que demonstrou, no conjunto da eliminatória, que era uma equipa adulta, uma equipa personalizada, com um espírio combativo muito grande e com um conjunto de jogadores muito solidários. Foi através deste sortido de características que os comandados de Ronald Koeman deixaram por terra o campeão da Europa.
Depois de um início de jogo onde o Liverpool procurou a todo o custo chegar à vantagem no marcador, os encarnados conseguiram a pouco e pouco equilibrar as operações, tendo mais posse de bola, passando a jogar mais tempo no meio campo adversário. O primeiro sinal disso mesmo chegou dos pés de Geovanni, que com um grande remate de fora-da-área fez a bola embater com estrondo na baliza de Reina. Na recarga, Simão cabeceou para as mãos do espanhol.
Era o sinal de que o Benfica estava vivo, estava disposto a lutar pela eliminatória de igual para igual, e principalmente sabia que era fundamental marcar um golo. Pois bem, perante essa possibilidade real, e porque os grandes jogadores aparecem sempre nos grandes jogos, Simão Sabrosa tirou da cartola um lance de génio, deixou para trás três defensores contrários, e fuzilou autenticamente Reina, carimbando o primeiro dos encarnados.
Se a equipa já dava sinais evidentes de alguma tranquilidade, o golo do capitão acalmou por completo as hostes dos jogadores, transmitindo-lhes tudo aquilo que lhes tinha sido pedido por Ronald Koeman: calma, tranquilidade e confiança!
Foi assim que encararam a segunda parte, reagindo de forma adulta à natural pressão inicial do Liverpool, e sabendo gerir a posse de bola quando possível. Inteligente, o técnico holandês percebeu que tinha um jogador no banco muito importante na condução do esférico e precioso no último passe: Giorgos Karagounis. Chamado a entrar para o lugar do desgastado Geovanni, o campeão da Europa de selecções foi, de facto, muito importante na última meia hora. Tem perfuma nos pés, trata a bola como poucos, sabe como e quando deve congelar, e devido à sua enorme qualidade de passe, lança o ataque como ninguém. Foi precisamente o que aconteceu! O grego trouxe nova frescura física ao meio-campo encarnado e novas ideias na condução do esférico. De uma iniciativa sua, haveria de nascer o lance do segundo golo encarnado. Karagounis arrancou do grande círculo, endossou a bola a Simão, que por sua vez a colocou em Beto que, descaído para o lado direito tentou o remate à baliza. Só que a bola saíu transviada, acabando por assistir de forma primorosa o também já entrado Fabrizio Miccoli, que com um fantástico pontapé de moinho sentenciava a partida.
Há muito que a eliminatória estava ganha, mas nada melhor do que terminar daquela maneira um jogo absolutamente memorável!
Ficava assim escrita a letras de ouro, mais uma página gloriosa no historial do Benfica. E perdoem-me todos aqueles que já vestiram a camisola do Benfica, mas quem escreve páginas como estas, para mim, são verdadeiros HERÓIS!
PARABÉNS RAPAZES!!!
PARABÉNS CAMPEÕES!!!
PARABÉNS BENFICA!!!
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