quinta-feira, março 16, 2006

Taça de Portugal: Surpresa e meia nos quartos-de-final!




"BENFICA e BOAVISTA DE FORA DA TAÇA"



Porto, Sporting, Setúbal e Guimarães... são estes os semifinalistas da presente edição da Taça de Portugal.
O primeiro a entrar em cena foi o Vitória de Setúbal, o actual detentor da taça, que recebia o sempre difícil e em grande forma Boavista. Num jogo pautado pelo equilibrio, só no prolongamento ficou decidido o vencedor do encontro. Varela marcou primeiro para os sadinos na sequência de um lance de bola parada. Respondeu, mais tarde, João Pinto num excelente remate sem hipóteses para o guarda-redes setubalense.
No prolongamento, Carlitos fez "o gosto ao pé" na transformação de uma (inexistente) grande penalidade.
Embora sem ser uma clara surpresa, pelo momento das duas equipas, foi algo surpreendente a passagem do Setúbal às meias finais.
A segunda equipa a entrar em campo foi o FC Porto que tinha uma deslocação difícil ao Funchal. O Marítimo, apesar de estar um mau momento culminado com o despedimento do treinador Paulo Bonamigo, é, no seu reduto, uma equipa deveras incómoda.
Pelo que me foi dado a perceber (via rádio), o Porto nunca foi aquela equipa forte e balanceada para o ataque como o tem vindo a ser ultimamente. O Marítimo apresentou-se em bom plano e chegou a fazer tremer os dragões, principalmente na 2ª parte onde os azuis jogaram quase toda ela com menos uma unidade por expulsão de Pepe.
Mas, indo de encontro aos factos, a verdade é que, com ou sem Pepe, o Porto conseguiu já no prolongamento marcar por Benny, golo que significou a passagem dos portistas às meias finais.
Benny Mccarthy, que já havia marcado o golo dos azuis no primeiro tempo, foi, sem dúvida, o homem do jogo.
Pouco depois, entraram em campo os dois rivais de Lisboa. O Sporting, sem honras de transmissão televisiva, jogava em Coimbra frente à Académica. A história deste jogo fica quase resumida aos golos já que a partida não foi nada interessante. Tal como no encontro do campeonato de há poucas semanas, o primeiro golo leonino teve os mesmos intervenientes. No campeonato, Deivid ofereceu o golo a Moutinho. Aqui, foi João Moutinho que centrou diretinho para a cabeça de Deivid. Estava aberto o activo.
A Académica ainda tentou responder, Ricardo foi inclusivé posto à prova mas, já em período de compensasões, foi o Sporting a equipa mais feliz já que Nani voltou a colorir o marcador como também o havia feito no jogo do campeonato.
Com ou sem grande espectacularidade, a verdade é que o Sporting cumpriu a sua obrigação e seguiu em frente para as meias finais.
Por último, foi a vez do Benfica entrar em campo. Quis o destino que, quase um ano depois, os encarnados vivessem, de certa forma, as mesmas emoções que os leões viveram num espaço de 3 dias. O Sporting, na época passada, num Domingo e numa 4ª feira perdera o campeonato e a final da Taça Uefa. Pois bem, embora não tão "trágico", o Benfica perdeu, num espaço reduzido, a hipótese quase definitiva de revalidar o título e foi inglóriamente afastado da Taça de Portugal.
Para este jogo, Koeman fez algumas alterações. Quim voltou justamente a ser titular, Nélson rendeu o lesionado Alcides na direita, Ricardo Rocha jogou na esquerda na posição de Leo permitindo que Luisão voltasse ao onze, Karagounis e Manduca (finalmente como extremo!) também foram titulares.
Sinceramente, é díficil encontrar uma explicação ou um comentário para este jogo. A história do jogo diz que ganha quem marca. Como tal, o Guimarães cumpriu à risca aquilo que deve ser feito, ou seja, marcar mais golos que o adversário. O Benfica, apesar de aparentar sempre algum nervosismo e ansiedade, voltou a criar inumeras situações de golo para justificar um resultado absolutamente diferente. O problema foi que encontrou pela frente um inspiradissimo guarda-redes vitoriano, o brasileiro Nilson, que literalmente defendeu tudo o que havia para defender. Aquele que foi, durante alguns jogos no campeonato, o elo mais fraco do Guimarães, neste encontro acabou por ser claramente o elo mais forte.
Com um enorme autocarro, o Guimarães foi feliz mas, diga-se de passagem, foi sempre uma equipa tranquila, pragmática e que jogou com o foro mental do adversário.
De dizer ainda que o golo do Guimarães foi marcado por Dário num lance irregular já que Flávio Meireles, o jogador que assistiu o avançado vimaranense, controlou a bola com o cotovelo.

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