quarta-feira, junho 08, 2005

KOEMAN SUCEDE A TRAPATTONI



Ronald Koeman é o novo treinador do Benfica.
Apesar de ainda não existir qualquer confirmação por parte da direcção encarnada, de acordo com a estação de televisão holandesa "NOS" e também com fontes ligadas à imprensa portuguesa, Koeman já terá tudo acertado com o clube, chegando a Lisboa na 4ª feira para ser apresentado na 5ª.
O ex-técnico do Ajax, que assim sucede a Giovanni Trapattoni, tem 42 anos de idade, 78 internacionalizações e 14 golos pela Holanda. Passou por clubes como o PSV, Barcelona, e Feyenoord. Ganhou 4 campeonatos da Holanda e 4 campeonatos de Espanha, duas Taças dos Campeões e uma SuperTaça europeia.


"O PERCURSO DE KOEMAN"




"1ª EXPERIÊNCIA COMO ADJUNTO AO LADO DE HIDDINK E MAIS TARDE VAN GAAL"



Quando terminou a sua carreira de futebolista ao serviço do Feyenoord, estávamos na época de 96/97, Ronald Koeman foi convidado por Guus Hiddink, seu antigo treinador no PSV Eindhoven, para integrar a equipa técnica da Selecção Holandesa no Mundial de França 98. Este aceitou o primeiro desafio como treinador, sendo que, neste caso, ainda era apenas adjunto.
Tal como acontecera no Mundial de 94, a Holanda voltou a cair diante do Brasil, o que levou à saída de Hiddink e de Koeman.
Seguiu-se o regresso a Barcelona, clube ao qual Koeman ficará eternamente ligado já que, entre muitos anos de glória e de êxitos, por exemplo, marcou um golo que valeu o título da Champions League ao clube catalão.
No Barça, Koeman tinha a dupla tarefa de coadjuvar Louis Van Gaal, com quem nunca havia trabalhado, e assumir a coordenação da formação B. Foi um ano de êxitos, já que se sagrou pela 5ª vez campeão espanhol, fazendo parte de uma equipa técnica onde estava José Mourinho, como observador.


"KOEMAN EXPERIMENTA VITESSE"



A segunda época como treinador adjunto de Van Gaal ia a meio, quando surgiu, em final de Dezembro de 1999, a oportunidade que desejava há algum tempo: assumir o comando técnico de uma equipa holandesa. A porta que se abria era a do Vitesse, após a destituição de Herbert Neumann, depois de um início de época irregular. Foi uma estreia de fogo, mas uma aposta ganha. Recuperou a equipa e conduziu-a, em 1999/00, ao 4º lugar, que valeu a qualificação para a UEFA, e a chegada às meias finais da Taça. A estrela da equipa era Pierre van Hooijdonk, autor de 25 golos, e que no Verão viria a rumar ao Benfica.
Tacticamente, Ronald Koeman apostou sobretudo em dois esquemas, que viriam a ser a sua imagem de marca ao longo dos dois anos em que esteve no clube: o 4x3x3, com o meio campo em triângulo, e o 4x4x2, desdobrável em 4x2x4, com dois extremos bem abertos e dois pontas de lança. O Vitesse jogava um futebol ofensivo e bonito, com muita circulação de bola, baseada sobretudo em toques curtos, explorando a velocidade dos alas e o poder de fogo dos avançados.

2001/2002 - "Koeman rende Adriaanse e chega ao título holandês"

Em Dezembro de 2001, menos de dois anos depois de se estrear como técnico principal, Ronald Koeman chegava ao comando técnico do Ajax. Rendia Co Adriaanse, desgastado pelas duas derrotas consecutivas em casa, diante de PSV e NAC.
Com Koeman a luta com PSV e Feyenoord foi intensa. Em 20 jogos, Ronald Koeman somou 44 pontos, marcou 42 golos e sofreu apenas 16 golos que lhe permitiu sagrar-se campeão holandês e ainda vencedor da taça.

2002/2003 "Grande prestação na Champions"

O Ajax partia para a defesa do título de campeão, mas acabou por falhar o objectivo, terminando a prova em 2º lugar, ainda que a apenas um ponto do campeão PSV. A Taça da Holanda, conquistada no ano anterior, também foi outro objectivo falhado: o Ajax seria eliminado nas meias-finais no terreno do Feyenoord.
Ainda assim, acabou por ser, no entender dos adeptos, uma época positiva já que Koeman conseguiu dar ao Ajax uma outra imagem na Europa, a fazer lembrar o Ajax dos "velhos tempos".

2003/2004 - "Koeman novamente campeão"

Um ano depois, Koeman voltou a sagrar-se campeão da Holanda, com a particularidade de nesta época ter feito menos 3 pontos que no ano anterior em que ficou em 2º lugar.
Neste ano, a equipa marcou 79 golos e sofreu 31, o que acabou por ser, em termos defensivos, uma excelente marca já que o Ajax, nesta temporada, perdeu Chivu para a Roma.
Mas se o sucesso interno foi uma realidade, a desilusão com a carreira na Liga dos Campeões foi uma das marcas negativas da época e nem mesmo a onda de lesões que assolou a equipa em Novembro e Dezembro serviu como atenuante. O Ajax ficou em 4º na fase de grupos, com AC Milan, Celta de Vigo e Club Brugge, somando 2 vitórias - Brugge (2ª jornada) e Celta (3ª jornada) - e 4 derrotas: 3 delas fora de casa.

2004/2005 - " A pior época de Koeman e o natural abandono "

Tudo correu mal nesta época ao internacional holandês. Perdeu Zlatan Ibrahimovic para a Juventus, aquele que era, porventura, a sua melhor arma de ataque, perdeu a Supertaça holandesa para o modesto Utrecht; mais tarde, viria a dispensar Wesley Sonk, Soaters e o extremo Sikora devido a problemas internos, problemas esses que se estenderam até Louis Van Gaal, na altura o director técnico do Ajax que não escondia os seus desentendimentos com Ronald Koeman.
Com todo este mau estar interno, os resultados e as exibições do Ajax começaram a ser desgarradas e pouco convincentes. O 3º lugar alcançado na Liga dos Campeões que levou o clube para Uefa e os maus resultados na liga e na taça holandesa (eliminação precoce com o Den Bosch), fizeram com que Ronald Koeman, ao fim de 6 meses, pusesse termo ao seu vinculo contratual com o clube.



Trata-se, portanto, de um treinador moderno, com passagens por grandes clubes europeus, discípulo de grandes treinadores mundiais. Apesar de primar pela organização a nível táctico, é um técnico de clara vocação ofensiva, sendo, por isso, o oposto em relação a Giovanni Trapattoni.
Quem, como eu, gostaria de ver um Benfica arrojado, ofensivo, a procurar ganhar jogando um futebol vistoso e agradável, acho que o "mister" Ronald Koeman encaixa que nem uma luva no Benfica.
Bem-vindo Ronald!

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