terça-feira, junho 21, 2005

Preparação dos 3 grandes para a nova época

Apesar da bola ainda não rolar dentro das quatro linhas, já muito há para dizer a respeito da próxima época.
Benfica, FC Porto e Sporting procuram novas estratégias, novas tácticas, novos jogadores para poderem atacar, da melhor forma, mais uma temporada.



Assim, e começando pelo campeão nacional, o Benfica 2005/2006 vai ser muito diferente mas, ao mesmo tempo, muito igual à época passada. Não querendo baralhar as cabeças dos leitores, passo a explicar: para esta nova época, os encarnados apostam num treinador holandês (Koeman) para substituir um italiano (Trap). Naturalmente que se tratam de duas escolas de futebol completamente diferentes. Por um lado, um futebol vertical, objectivo, (quase) sempre com o intuito de procurar o golo, procurar ampliar o resultado e não defender a margem mínima, explorar as alas com o apoio dos laterais, portanto, um futebol de ataque - o holandês - por outro, vai deixar-se um futebol menos vistoso, mais táctico, com maior entreajuda do sector ofensivo para o defensivo - o italiano -.
Neste aspecto, a equipa será obrigatoriamente diferente. Estou convencido, no entanto, que a aprendizagem que os jogadores do Benfica tiveram durante 1 ano sob comando de um italiano, poderá, ainda assim, ser útil para resolver alguns jogos. O Benfica de Camacho era relativamente ofensivo mas, em determinados instantes da partida, a equipa desunia-se e, mesmo a ganhar o jogo, deixava-se surpreender infantilmente. Creio que, com Koeman, tal não irá acontecer, pelo menos com a frequência que aconteceu no Benfica-ofensivo do Espanhol.
Mas, se a equipa, nesta área, vai ser diferente, por outro lado, a equipa vai ser muito igual. É que, a aposta de Luis Filipe Vieira passa pela continuidade da (quase) totalidade dos jogadores considerados como fundamentais. Mesmo que os reforços que o Benfica venha a adquirir sejam de grande valia, ou seja, jogadores para serem titulares indiscutíveis (até agora não é o que acontece), díficilmente iremos ver, na próxima temporada, Quim, Miguel, Ricardo Rocha, Luisão, Petit, Manuel Fernandes, Simão ou Nuno Gomes sentados no banco dos suplentes. Isto significa que a espinha está construída, ganhou na época transacta a maturidade que ainda não tinha, conheceu aquilo que é saborear um título nacional e, portanto, na perspectiva da direcção ( e também da minha), aquilo que falta a esta equipa é apenas uns pequenos ajustes no onze inicial (melhorar a lateral esquerda, contratar um homem-golo, um organizador e um ala) e depois equilibrar o plantel construíndo um banco capaz de substituir (mais ou menos) à altura os titulares.
O primeiro processo (construír um banco de suplentes à altura) já está a ser feito. Anderson, Beto, Karyaka e (talvez) Diego podem ser boas alternativas. Resta aprimorar a equipa príncipal, algo que esperamos que a SAD o faça. A ver pelos rumores dos possíveis reforços (Kezman, Dedé, Zenden, Ewerton, Trabelsi, entre muitos outros), está-se a pensar nisso também.



Relativamente ao Futebol Clube do Porto, creio que Pinto da Costa está a fazer um bom trabalho. Primeiramente, contratou um treinador moderno, também holandês, também com uma mentalidade forte e ofensiva. Porto e Benfica, apostam na escola holandesa, são os únicos a apostar em treinadores estrangeiros e fazem-no porque querem, nesta época, muitas vitórias, muitos êxitos não só a nível nacional como internacional.
Disse à pouco que achava que o presidente portista está a realizar um bom trabalho no defeso pelo seguinte: como toda a gente sabe, o FC Porto, na época passada, não foi feliz. Teve muitos problemas não só a nível de resultados como também a nível de treinadores e de balneário. Já se sabe que muitos brasileiros podem dar espectáculo mas também podem dar problemas a nível interno.
Um clube como o Porto não pode ter uma época com tantos problemas como àqueles que conheceram na época anterior. Quando assim é, é necessário fazer uma limpeza para afastar as energias negativas e procurar novas forças. O Porto tem feito isso mesmo. Mandou embora os jogadores que entendeu não interessarem para a próxima época (ou por problemas, ou para fazer dinheiro ou porque não tiveram boa prestação no clube) e contratou jogadores que, teoricamente, serão mais valias para o clube. Não tenhamos dúvidas que Helton, Cicinho ou Kromkamp, Luis Gonzalez, Anderson, Jorginho, Lisandro Lopez e Sokota (se estiver com vontade) são excelentes jogadores e trarão outra qualidade aos dragões.
Portanto, este Porto vai estar diferente e vai ser altamente competitivo. Ao contrário do que é costume, FC Porto (e não o Benfica) é, até ao momento, o campeão virtual do defeso. Esperamos para ver como se apresentará esta, podemos dizer, constelação de estrelas na proxima época.



Para terminar, o Sporting procura, até ver, de forma calma, silenciosa e tranquila atacar as competições da próxima temporada. Para já, a vantagem (ou desvantagem dependendo do ponto de vista) prende-se com o facto do clube leonino manter à frente da equipa o mesmo treinador: José Peseiro. É sempre bom quando uma equipa mantém a mesma estrutura a nível técnico, é bom começar uma época já com determinadas raízes.
A nível de equipa, sinceramente ainda é muito cedo para falar do Sporting, versão 2005/2006. Para já, ao contrário do que se passa nos outros dois grandes, as possíveis saídas é que fazem notícia. O clube, neste momento, parece mais interessado em equilibrar as suas finanças e, como se sabe e tem visto no Sporting todas as temporadas, a forma desse balanço é através da venda de jogadores.
Para obter esses mesmos encaixes financeiros, tem-se falado nas possíveis saídas de Liedson, Enakharire, Douala, Ricardo, Custódio e o próprio Beto. Se contarmos com as possíveis saídas de Hugo Viana, Polga, Rochemback e se tivermos em conta que Rui Jorge e Barbosa já não farão parte do novo Sporting, são efectivamente muitas as dúvidas para a próxima época, são, objectivamente, muitos os jogadores que podem sair levando assim ao terminus daquela que foi a estrutura base do Sporting de José Peseiro.
Quanto aos reforços, Edson irá substituir Rui Jorge, sendo que o Sporting perderá experiência na sua defesa mas ganhará maior poder ofensivo e maior qualidade nos lances de bola parada; quem chegará para o meio campo é Labarthe que, tendo ou não qualidade, terá de passar por um processo de adaptação; para o ataque, chega Manoel, um jogador para fazer banco.
Portanto, três equipas com projectos e linhas diferentes mas, todas elas com o mesmo objectivo: ter uma época de êxitos quer a nível interno quer a nível externo.

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